08/11/16 |   Gestão Estratégica

Cosave se reune no Brasil

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Foto: Cristina Tordin

Cristina Tordin - Grupo em reunião

Grupo em reunião

De 24 a 27 de outubro de 2016, na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), houve reunião do Grupo Técnico de Controle Biológico (GTCB) do Comitê de Sanidade Vegetal (Cosave), com a participação de representantes das Organizações Nacionais de Proteção Fitossanitárias (ONPF) da Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. O grupo discutiu os requisitos de infraestrutura e procedimentos operacionais da Estação de Quarentena para Agentes de Controle Biológico (ACBs).

Conforme Álvaro Sepúlveda Luque, Secretário Técnico do Cosave, o objetivo da reunião com especialistas das sete ONPFs dos países membros, foi desenvolver e elaborar esboços regionais e procedimentos que regulem o ingresso e saída de ACBs, método utilizado com o fim de controlar pragas de importância quarentenaria que ingresssaram nesses países.

Luque explica que a presidência do Cosave é trocada a cada dois anos, por ordem alfabética dos países. Este ano, iniciou o período do Chile, que exercerá a presidência até abril de 2018, passando o cargo ao Paraguai. Entre suas atribuições estão coordenar e administrar junto à Secretaria de Coordenação (SC) todos os aspectos administrativo e as diretrizes técnicas acordadas pelo Comitê Diretivo, formado pelo chefe de Sanidade Vegetal de cada uma das ONPFs.

Nesta reunião foram analisados os requisitos para o registro experimental de agentes de controle biológico microbiano, produtos técnicos e microbianos formulados e identificadas as prioridades de cada ONPF com respeito a controle biológico de pragas. Além disso, discutou-se a oferta de capacitações de cada ONPF em temas de controle biológico.

O grupo também buscou identificar prioridades de cada ONPF e gerou uma lista de pragas associadas aos ACBs, de interesse para cada uma delas.

Como resultado dessa identificação, os países propõem trabalhar nos seguintes programas de controle biológico de interesse regional: Diaphorina citri; Lobesia botrana; moscas das frutas dos gêneros Ceratitis, Anastrepha e Bactrocera e da praga de eucalípto Leptocybe invasa.

Também se analisou a proposta do programa de capacitação em metodologias de criação, liberação e avaliação de ACB em campo (2017) de Diaphorina citri (pela Embrapa Meio Ambiente) e Leptocybe invasa (pelo SAG-Chile); curso intensivo em CB - teórico e prático e estudos de casos para as moscas das frutas gêneros Ceratitis, Anastrepha e Bactrocera e; workshop sobre o potencial de entrada de novas pragas quarentenárias e seu controle biológico clássico.

O GTCB consolidou a informação referente às estações quarentenárias para agentes de controle biológico na região do Cosave. Assim, considerou relevante agregar informações relativas à capacidade e disponibilidade destas estações para operar de maneira integrada com aqueles países que não contam com estações quarentenárias de ACB.

Por outro lado, o GTCB irá propor que uma destas estações quarentenárias seja reconhecida pela ONPF do país de destino do ACB, com análise prévia de risco e de acordo com a normativa vigente do país. O objetivo é a racionalização de custos e recursos.

Segundo o pesquisador  da Embrapa Meio Ambiente e membro do Cosave, Luiz Alexandre Nogueira de Sá, um dos maiores objetivos é a harmonização ou a elaboração de standards na área de controle biológico entre os países membros, envolvendo regulamentações de importação, quarentena, registro, uso e manejo de agentes de controle biológico, assim como treinamento dos praticantes.

"Essa harmonização irá promover a otimização da capacidade regional em controle biológico clássico de pragas, porém de uma maneira segura e responsável. Nesse sentido, um laboratório de quarentena em um país da região poderia avaliar, introduzir e quarentenar inimigos naturais para um ou mais países, principalmente para aqueles que não possuem laboratório de quarentena, como também a decisão sobre a importação e liberação de um  determinado inimigo  natural  exótico na região poderia ser compartilhada entre países no sentido de se evitar conflitos de interesses, diz Sá.

Ainda conforme o pesquisador, projetos de pesquisa sobre controle biológico de pragas também deveriam ser compartilhados entre os países componentes. Esses projetos deverão levar em conta que os ACBs uma vez liberados em um determinado país da região, poderão se dispersar livremente nos países vizinhos que possuam ecossistemas semelhantes, como por exemplo o Pampa, que abrange o sul do Brasil, Uruguai e Argentina. Deve-se também ressaltar que a utilização dos ACBs pode ser considerada benéfica em um país e indesejável em outro, dado os diferentes interesses econômicos e culturais. Assim, propostas conjuntas de projetos de pesquisa sobre CB de pragas devem ser elaboradas e decididas com base nos interesses dos diferentes países, buscando uma maior eficiência do uso desses ACBs e com a minimização de recursos financeiros.

De acordo com Maria Mayan, do Departamento de Agentes Biológicos, Divisão de Controle de Insumos- MGAP do Uruguai, nas reuniões do GTCB os países trabalham para atualizar as Normas Regionais em Proteção Fitossanitária (ERPFs) Gerais e Específicas para ACBs. "Trabalhamos na preparação de tarefas encomendadas, e nas reuniões presenciais discutimos a fundo os temas da agenda".

"A participação é importante para a Direção Geral de Serviços Agrícolas do Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) já que permite fortalecer o Registro e Controle de Produtos formulados com ACBs microbianos e entomófagos, assim como nivelar as estratégias nas regiões do Cosave", conclui Maria.

"Para o meu país é muito importante o que se realiza no Comitê. O Chile participa ativamente nos grupos de trabalho técnicos. Devido à constante pressão de entrada de pragas em nossos países, acreditamos que trabalhar de forma conjunta por meio do Cosave nos permite reforçar a sanidade fitossanitária do Cone Sul e atuar de maneira proativa em defesa de nosso patrimônio fitossanitário, enfatiza Sandra  Mayorga, do Departamento de Sanidade Vegetal, Divisão de Proteção Agrícola e Florestal do Chile.

Ainda conforme Sandra, o grupo de controle biológico foi ativado em 2015 e sua principal tarefa é atualizar esboços que tenham mais de 20 anos de vigência, além de elaborar novas metodologias que ajudem os países a utilizar as ferramentas de controle biológico de maneira mais segura.

Também foram propostos temas para o plano de trabalho 2017 como: finalizar a Norma de Requisitos para o Registro de Produtos a Base de Artrópodos como ACB; trabalhar na elaboração de um esboço de Metodologia para a Análise de Risco de ACB; identificar na lista de pragas associadas aos ACBs a origem da praga e do ACB; trabalhar nos programas de controle biológico de interesse regional, segundo o definido pelo Comitê Diretivo (CD); capacitação em metodologias de criação, liberação e avaliação de ACB em campo (2017) para especialistas em Diaphorina citri e Leptocybe invasa.

A próxima reunião presencial do Grupo Técnico de Controle Biológico (GTCB), com a participação de representantes dos países membros do Cosave, está programada para ser realizada em Lima no Peru em 2017.

Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
Embrapa Meio Ambiente

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