Mesmo antes de concluir a colheita e fazer as contas da produtividade registrada em 125 hectares plantados com a variedade BRS Pérola, uma das cultivares de feijão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mais plantadas no Brasil, o técnico angolano Barnabé Mateus Sambongo (na foto) comemora a adaptação do grão ao solo e clima da região de Malanje, no centro norte de Angola.

O feijão da Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), está entre as variedades que se destacaram na campanha 2008/2009 da Fazenda Pungo Andongo,  uma reserva estratégica do governo angolano para o combate à fome e à pobreza.

A área com feijão está entre as lavouras comerciais da atual safra da fazenda, onde a estatal brasileira tem um projeto de cooperação para a transferência de tecnologia estabelecido com a Odebrecht e a Gestão de Terras Aráveis (Gesterra), empresa pública do Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural de Angola.

"Ele resistiu a falta de chuvas e se adaptou bem ao solo arenoso e tem uma excelente quantidade de grãos em cada vagem", explia Barnabé Sambongo. Responsável pela área de produção agrícola da Pungo Andongo, a agrônoma da Odebrecht, Elielda Fernandes comenta: "o Pérola respondeu muito bem com grãos de tamanho regular e coloração bonita."

Segundo o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO), José Geraldo Di Stefano, que conduziu as lavouras experimentais instaladas na Pungo Andongo, a BRS Pérola foi lançada em 1996 e, também por ter excelente oferta de sementes no mercado brasileiro, é uma opção ao plantio em Angola.

A Pungo Andongo tem uma área total de 33 mil hectares, sendo que na atual safra foram plantados 4,5 mi lhectares com milho, soja, arroz e feijão e já está na segunda campanha agrícola. A fazenda é administrada pela Gesterra e a Odebrecht é a gestora da produção agroindustrial, sendo responsável pela construção e operação das fábricas de fubá e de ração animal, e pela capacitação de  recursos humanos.

O trabalho desenvolvido pela Embrapa em parceria com a Gesterra e Odebrecht começou assim que foi instalada a Embrapa África (Acra-Gana), há quase três anos. Já foram realizados dois dias de campo para demonstrar a adaptação de culturas com variedades da estatal brasileira em Angola – entre elas arroz de sequeiro, feijão, hortaliças, feijão caupi, soja, sorgo e milho.

Deva Rodrigues(MTb/RS5297)Embrapa ÁfricaAccra-GhanaContato: +233 21 780-714+233 54 1828-292deva.rodrigues@embrapa.br