Do bagaço do caju, um corante natural para alimentos
Do bagaço do caju, um corante natural para alimentos
Resíduo gerado pela fabricação da cajuína, o bagaço do caju pode oferecer uma alternativa de fonte natural para o mercado de corantes alimentícios. O material é rico em carotenóides como a luteína e o beta-caroteno, substâncias que dão cor à fruta, abundante principalmente no Nordeste brasileiro. A Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza/CE) desenvolve pesquisas sobre a extração do bagaço e dos pigmentos, que apresentam uma escala de matizes que vão do amarelo claro ao alaranjado.
A tecnologia gerada deve ser licenciada para a produção e comercialização pela Sabor Tropical, empresa da capital cearense incubada na Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará. Proprietário de um pomar com certificado orgânico, o sócio-diretor da empresa, Fernando Furlani, atualmente produz cajuína a partir das frutas. "Inclusive, meu pai montou o pomar com clones desenvolvidos pela Embrapa", destaca.
Mas o Corante Amarelo de Caju (CAC), nome dado ao novo produto, poderá trazer novas oportunidades de negócios. "Os corantes artificiais, como a tartrazina, que tem na sua fórmula química anéis de benzeno, podem trazer riscos à saúde. Já o CAC é um produto natural. Inicialmente, nossa intenção é atender o mercado de alimentos orgânicos", afirma.
O produto, que deverá ser oferecido em galões plásticos de 1 kg a 5 kg, pode ser aplicado em diversos tipos de alimentos, como laticínios, bebidas, balas, massas e sorvetes. A dosagem a ser aplicada varia de acordo com o alimento e a intensidade de cor desejada.
Breno Lobatto
Embrapa Pecuária Sul (Bagé/RS)
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