Biocombustíveis são avaliados pela metodologia ACV - ICV
Biocombustíveis são avaliados pela metodologia ACV - ICV
Foto: BNDES
Vera Lúcia Gouvêia, Marília Folegatti e Mateus Chagas em seminário no BNDES no Rio de Janeiro.
Uma equipe da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) liderada pela pesquisadora Marília Folegatti Matsuura, vem desenvolvendo desde 2009 trabalhos sobre avaliação do ciclo de vida (ACV) de biocombustíveis.
Em 2013 foi iniciado um estudo, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), por meio do PECEGE (Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas), da EPUSP (Escola Politécnica) e do IEE (Instituto de Energia e Ambiente), e também com o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), que avalia o desempenho ambiental dos produtos de uma usina flex de etanol de cana e milho. O estudo foi baseado em dados de levantamentos primários e secundários, e também extraídos de entrevistas efetuadas junto a empresas e usinas de processamento de cana-de- açúcar.
Metodologia de Avaliação Ambiental e ACV - ICV
O estudo subsidia com informações técnico-científicas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que poderá financiar empreendimentos flex, se comprovado o seu bom desempenho econômico e ambiental. De acordo com a pesquisadora, são avaliados também diferentes possíveis cenários, assim como vários impactos ambientais potenciais.
No final de maio, a equipe deste estudo esteve no Rio de Janeiro participando do seminário "Oportunidades e desafios dos investimentos em usinas flex: desempenho econômico e ambiental do etanol produzido pela integração milho/cana", organizado pelo BNDES. Marília e pesquisadores do CTBE apresentaram na ocasião a metodologia de avaliação ambiental aplicada ao etanol hidratado produzido em usinas flex, comparando-o ao seu substituto como combustível veicular, a gasolina, dentro das categorias de impacto selecionadas: emissões de gases de efeito estufa e balanço energético. Para isso foram utilizados os métodos do IPCC 2007 GWP 100a (versão 1.02) e da Cumulative Energy Demand (versão 1.08).
Marília Folegatti apresentou a metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida - ACV. Ela informou que, para o sistema analisado (cana e milho), os inventários de ciclo de vida foram construídos com os resultados da avaliação técnica. Para os insumos agrícolas e industriais foi utilizada a Base de dados Ecoinvent , que é hoje a principal e mais completa base de dados internacional de Inventários de Ciclo de Vida.
Os cenários industriais avaliados e seus resultados técnicos foram apresentados por Vera Lúcia Reis de Gouvêia do CTBE.
Os resultados da avaliação ambiental foram apresentados por Mateus Ferreira Chagas, também do CTBE, que concluiu que as usinas que processam exclusivamente cana-de-açúcar tiveram desempenho ambiental superior ao das usinas flex de mesmo nível tecnológico. Apesar disso, ele salientou que a integração do milho à cadeia da cana-de-açúcar ainda apresenta benefícios ambientais significativos.
Todos os cenários avaliados apresentaram reduções de emissões de gases de efeito estufa - GEE superiores a 65%, quando comparados às emissões de GEE da gasolina. "O etanol das usinas flex pode ser classificado como um biocombustível avançado, segundo os critérios da Environmental Protection Agency (EPA)", concluiu ele. Além disso, "o balanço energético das usinas flex continua favorável, se comparado às usinas de milho norte-americanas".
No evento foram apresentadas também, pelo BNDES, a "Conjuntura do setor e a oportunidade da integração milho/cana" e "Políticas de fomento e monitoramento dos investimentos em usinas flex", além da "Avaliação Econômica" feita pelo PECEGE/USP.
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Eliana Lima (MTb 22.047/SP)
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