Pesquisadores, técnicos e agricultores discutem soluções para a agricultura familiar fluminense
13/06/14
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Agricultura familiar
Pesquisadores, técnicos e agricultores discutem soluções para a agricultura familiar fluminense
Foto: Ana Lucia Ferreira
Pesquisadores, agentes de ATER e representantes do poder público debatem políticas para a agricultura familiar
O fórum Políticas Públicas e Soluções Tecnológicas para a Agricultura Familiar Fluminense, realizado no dia 3 de junho no auditório da Embrapa Agrobiologia, em Seropédica/RJ, colocou em discussão possíveis soluções tecnológicas que possam contribuir para o incremento da agricultura familiar no Estado. Segundo a chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agrobiologia, Elizabeth Correia, a intenção foi promover uma interlocução entre pesquisadores, agentes da extensão rural e agricultores. "Queremos trazer a realidade do campo para a pesquisa. A gente pesquisa, mas a vida continua dura para o agricultor. Falta política pública? Precisamos ouvir vocês", disse, na abertura do evento.
Já a chefe de Transferência e Tecnologia, Ana Cristina Garofolo, afirmou que essa troca é necessária para estimular o desenvolvimento de um novo modelo para a agricultura fluminense. "Nós convidamos todos para um grande debate", pontuou, afirmando ainda que é preciso construir políticas públicas que transformem as soluções tecnológicas em soluções eficientes para o agricultor.
Políticas públicas - O evento foi dividido em duas partes. Na primeira, uma discussão sobre as políticas públicas reuniu Cássio Trovatto, da Secretaria de Assistência Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o professor Marcelo Duncan, da área de Pesquisa em Desenvolvimento Rural e Territorial da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), e César Augusto Da Ros, Pró-Reitor de Assuntos Estudantis na UFRRJ. A moderação foi de Décio Tubbs Filho, diretor-geral do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu.
Para Trovato, é necessário identificar processos que deem autonomia aos agricultores. O professor Duncan, por sua vez, lembrou que para alterar a realidade do pequeno agricultor não é necessário apenas tecnologias e crédito, mas mudanças em todo o contexto que o cerca. Já o professor Da Ros enfatizou a necessidade de aproximação entre pesquisadores e campo. "A pesquisa tem que ter relação com o agricultor, ou então ela vai produzir algo dissociado da realidade", disse.
Demandas - Alguns técnicos que participaram do fórum também reconhecem um distanciamento entre a realidade do campo e a pesquisa. "Tem que estar no DNA do pesquisador o prazer de estar com os agricultores", disse o engenheiro agronômo Divanil Aleixo, da Prefeitura de Macaé/RJ. Segundo ele, para diminuir a distância entre pesquisa e extensão rural é preciso conhecer mais a realidade agrícola fluminense. "Sugiro que vocês deixem o campus e venham ao campo", completou.
O secretário de agricultura de São Pedro da Aldeia/RJ, Dimas Tadeu, reforçou a importância da troca de experiências. De acordo com ele, muitos produtores do Estado não estão preparados para participar de determinados programas governamentais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), por exemplo. "Os agricultores nem sempre conseguem atender às exigências desses programas. Nós que estamos na ponta sabemos que emergências surgem e não há como não recomendar certos produtos", disse, em uma referência ao uso de produtos químicos nas lavouras, o que não é recomendado para quem participa do PNAE.
Em um segundo momento do evento, os pesquisadores Segundo Urquiaga, Luiz Fernando de Moraes e José Antônio Azevedo Espíndola apresentaram algumas das tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Agrobiologia. A chefe de TT, Ana Garofolo, disse que o evento é o início de um trabalho conjunto que envolve pesquisa, extensão e produtores. "A intenção é termos uma rede para favorecer a transferência de tecnologias e conhecimentos", complementou.
Participaram do evento cerca de 70 pessoas, entre pesquisadores, técnicos, agentes de ATER, representantes de secretarias de Agricultura e Meio Ambiente de municípios fluminenses, membros de comitês de bacias, associações e cooperativas de agricultores.
Ana Lucia Ferreira (16913/RJ)
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