24/04/14 |   Agroindústria  Biodiversidade

Azeite de tucumã: possibilidade funcional na culinária

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Estudos da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) indicam que o azeite de tucumã desenvolvido pela instituição para uso na culinária tem propriedades funcionais semelhantes ao azeite de dendê, com o diferencial de ser mais suave que este e interferir menos no sabor e odor característicos dos alimentos aos quais é incorporado.

A pesquisadora Laura Figueiredo Abreu, responsável pelo desenvolvimento do produto, informa que o azeite de tucumã é uma rica fonte de vitamina A e de antioxidantes naturais. Além de suplemento vitamínico alimentar, pode ser utilizado como corante natural em pratos culinários e em produtos alimentícios industrializados. Sua coloração varia do amarelo claro ao laranja forte, graças ao alto teor de pigmento carotenóide.

Ainda em comparação ao azeite de dendê, os resultados da pesquisa indicaram que o azeite de tucumã apresenta maiores percentuais de ácidos graxos insaturados (cerca de 60%), que são benéficos à saúde, e maior teor de carotenóides.

"É semelhante ao azeite de dendê, mas de constituição mais fina que este. Por não apresentar sabor ou aroma pronunciado, o azeite de tucumã pode ser utilizado em seu estado bruto sem conferir sabores e odores estranhos aos produtos que se quer obter - o que não pode ser feito quando se utiliza o azeite de dendê", destaca a pesquisadora.

O processo de obtenção do azeite de tucumã é conhecido no mercado como prensagem a frio, obtendo-se o chamado azeite virgem, a exemplo do azeite de oliva.

Pesquisa

O azeite de tucumã desenvolvido no Laboratório de Agroindústria da Embrapa Amazônia Oriental foi obtido a partir da polpa dos frutos de tucumanzeiro-do-pará (Astrocaryum vulgare Mart.), provenientes especificamente do Banco Ativo de Germoplasma - BAG Tucumã da instituição, informa a pesquisadora Socorro Padilha, curadora do Banco. O BAG Tucumã é constituído por 187 plantas de diferentes procedências e situa-se a 15 quilômetros da sede da instituição em Belém.

O produto surgiu em 2012 durante as pesquisas para avaliar a utilização do tucumã como fonte de matéria-prima para produção de biodiesel. "A semelhança com o dendê levou a testes sensoriais. Formulamos um vatapá com azeite de tucumã e comprovamos a possibilidade do seu uso culinário", relembra a pesquisadora Laura Figueiredo Abreu. Enquanto o azeite provém da polpa do tucumã, o óleo para biodiesel é extraído da amêndoa.

Naquele ano, o azeite de tucumã, ainda em testes, recebeu elogios de renomados chefs do Brasil, participantes do evento gastronômico "Ver-o-peso da Cozinha Paraense" – Ano 10". Alguns participaram de degustação na Embrapa e se admiraram com as características da iguaria, seu sabor, odor e cor.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, coordena uma rede de pesquisadores com trabalhos voltados a tornar o tucumã comercialmente viável. A espécie está em domesticação. Além do potencial nutricional e energético de seus frutos, essa palmeira nativa da Amazônia é adequada para a recuperação de áreas degradadas.

Izabel Drulla Brandão (MTb 1084/PR)
Embrapa Amazônia Oriental

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