Pesquisa busca porta enxerto de citros recomendado para Mato Grosso
Pesquisa busca porta enxerto de citros recomendado para Mato Grosso
Começou em dezembro do ano passado a fase de campo da pesquisa conduzida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura que visa avaliar 20 variedades de porta enxertos para viabilizar a produção de citros em Mato Grosso.
Cerca de 1500 mudas produzidas nas casas de vegetação da Embrapa Agrossilvipastoril foram plantadas em quatro experimentos localizados na escola Rural Ranchão, em Nova Mutum, nos campi do IFMT em Sorriso e Guarantã do Norte e no campo experimental da Empaer, em Sinop.
Semeadas em 2015, as mudas foram enxertadas com lima ácida Tahiti CNPMF 02, laranja pêra D6 e tangerina ponkan.
De acordo com o pesquisador Marcelo Romano, a pesquisa busca encontrar porta enxertos que confiram às plantas rusticidade, resistência à seca e a doenças como a gomose e declinium do citros e ainda tenham características ananicantes, ou seja, deem às plantas menor porte facilitando a colheita e permitindo maior adensamento no plantio.
A expectativa é que as mudas plantadas comecem a produzir comercialmente em dois anos. Para acompanhar todo o desenvolvimento das fruteiras, será firmado um termo de cooperação entre a Embrapa, coordenadora da pesquisa e detentora de alguns dos materiais utilizados, e as instituições parceiras: Ranchão, IFMT e Empaer.
“Será feito um termo de cooperação com duração de aproximadamente de 10 anos. Como é uma cultura de longo prazo, precisamos ter cinco a oito safras para ter consistência nos dados”, explica Marcelo.
Citricultura no Centro-Oeste
Os experimentos instalados em Mato Grosso fazem parte de um projeto MP2 que integra o Programa de Melhoramento Genético de Citros da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Esta atividade também avaliará o desempenho de porta enxertos em Goiás.
O pesquisador Marcelo Romano explica que Mato Grosso tem apenas 1.200 hectares de citros, número muito baixo comparado com grandes produtores, como São Paulo, por exemplo, que tem mais de 400 mil hectares com a cultura.
De acordo com ele, o principal motivo para o baixo número é a inexistência de porta enxertos resistentes à doença gomose. O limão cravo, espécie mais utilizada atualmente nesta função, é altamente sensível ao problema, o que inviabiliza produção comercial.
Os experimentos instalados pela Embrapa em Mato Grosso estão em áreas com irrigação. Porém, Marcelo acredita no potencial da citricultura em área de sequeiro.
“Acho que dá para trabalhar em sequeiro na região Norte. Mas não podíamos arriscar no experimento. Até porque vamos avaliar também a resistência à seca. Daí podem sair materiais mais indicados para o plantio em sequeiro”, justifica.
Gabriel Faria (mtb 15.624 MG JP)
Embrapa Agrossilvipastoril
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