Projeto fortalece atuação em rede de Núcleos de Agroecologia do Nordeste
Projeto fortalece atuação em rede de Núcleos de Agroecologia do Nordeste
Foto: Maria Clara Guaraldo
Projeto reune um conjunto de instituições e organizações não governamentais
Os Núcleos de Agroecologia da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), da Embrapa Meio-Norte (Piauí, PI) e da Embrapa Semiárido (Petrolina, PE) em parceria com a Embrapa Informação Tecnológica (Brasília, DF) iniciaram a execução do projeto "Metodologia de produção pedagógica de materiais multimídia com enfoque agroecológico para a agricultura familiar" (Pedagroeco), aprovado pelo Arranjo de Agroecologia do Nordeste, no âmbito de projetos coordenados pela Empresa, na área de Comunicação e Transferência de Tecnologia.
O projeto busca fortalecer a atuação em rede de Unidades de pesquisa da Embrapa no Nordeste que atuam no campo da agroecologia, bem como ampliar as parcerias com organizações não governamentais, especialmente com a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), com os institutos federais de educação e escolas famílias agrícolas do Nordeste para a produção de materiais multimídia (vídeos, áudios, cartilhas e livros) que possam fazer parte no acervo das Minibibliotecas, bem como distribuídos aos diversos territórios onde a Empresa e as instituições parceiras têm atuação. O Pedagroeco é um dos 22 projetos vinculados ao Arranjo Agroeco-Ne coordenado pela Embrapa.
O projeto também pretende estimular o protagonismo juvenil no campo e a divulgação das experiências agroecológicas em rede nos estados de Sergipe, Alagoas, Piauí, Paraíba e Bahia.
Uma das inovações é a gestão compartilhada com as organizações não governamentais que atuam nos territórios do Nordeste com agroecologia. “Embora a gestão do projeto seja da Embrapa, o Pedagroeco foi pensado em um sentido mais amplo, onde as organizações não governamentais possam participar do Grupo Gestor e contribuir para a execução das ações em seus territórios”, destaca uma das coordenadoras do projeto, Juliana Andrea Oliveira Batista, da Embrapa Informação Tecnológica. Para ela, a estratégia possibilita a ampliação de parcerias nos territórios, bem como a possibilidade das instituições oferecerem contrapartidas para a execução das ações.
I Fórum Presencial
Nessa direção, entre os dias 18 e 20 de abril, foi realizado o I Fórum Presencial do Pedagroeco, no Campo Experimental de Itaporanga D'Ajuda, da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE). Pesquisadores, analistas da área de Transferência de Tecnologia, educadores e comunicadores da Embrapa reuniram-se com representantes de movimentos sociais e de instituições públicas para discutir as principais ações do projeto ao longo dos próximos três anos. Estiveram presentes: a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA); o Terral Coletivo de Comunicação Popular de Pernambuco; o Coletivo Macambira de Comunicação e Cultura de Alagoas; o Centro Dom José Brandão de Castro de Sergipe (CDJBC); a Associação de Agricultores Alternativos (AAGRA) de Alagoas; a AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia da Paraíba; o Instituto Regional da Pequena Agricultura Apropriada (IRPAA); a Rede Nordeste de Núcleos de Agroecologia - projeto coordenado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); o Projeto Bem Diverso - cuja gestão é do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), entre outros parceiros.
Para a coordenadora pedagógica da AAGRA, Cristianlex Soares dos Santos, “em parceria com a Embrapa, o estado de Alagoas, especialmente, o território Agreste Alagoano, terá a oportunidade de realizar mais um projeto para o fortalecimento do protagonismo juvenil, da agroecologia e da comunicação social”. Criada em 1989, a AAGRA atua em projetos de desenvolvimento rural sustentável, produção e comercialização solidária, educação do campo e agroecologia. Atualmente, oferece um curso de formação pedagógica em agroecologia para jovens rurais, uma parceria da instituição com a Universidade Federal de Alagoas. “O projeto irá se somar a outros, possibilitando a ampliação dos nossos olhares”, destacou a pedagoga, durante o I Fórum Presencial.
O pesquisador Fernando Curado, do Núcleo de Agroecologia da Embrapa Tabuleiros Costeiros, destaca que "as ações do projeto permitirão a integração das pesquisas realizadas pelos Núcleos de Agroecologia do Nordeste, tendo como foco o fortalecimento das experiências juvenis em torno da agroecologia"
Para Tiago Pereira da Costa, do Instituto Regional da Pequena Agricultura Apropriada (IRPAA), com sede em Juazeiro (BA), a ideia do projeto não é só fomentar o novo, mas principalmente beber na fonte do que está em curso, ou seja, aproveitar o que as organizações já estão desenvolvendo nos seus territórios. “E aí eu reafirmo a experiência das escolas famílias agrícolas da Bahia, que, de certa forma, agrega a juventude do campo. Outro aspecto que eu destacaria do projeto é a possibilidade de ampliar o acesso da juventude a ferramentas multimídia formativas”.
Linhas de atuação
Com tempo de execução entre 2017 e 2019, o projeto se propõe a atuar na formação de mais de 60 jovens, preferencialmente, estudantes de escolas famílias agrícolas do Nordeste ou lideranças do campo para que possam ser capazes de sistematizar as experiências agroecológicas existentes em seus territórios, transformando-as em informações técnicas ou histórias para serem contadas em vídeos, áudios, cartilhas ou publicações. Com isso, também será possível para a Embrapa e os parceiros construirem uma proposta metodológica de elaboração técnica de material pedagógico que inclua a participação comunitária no processo.
Até 2019, serão realizados seminários locais para sensibilização e engajamento dos jovens no projeto; oficinas temáticas de agroecologia, produção textual e produção multimídia, incluindo a diversidade de linguagens e instrumentos de comunicação comunitária; bem como intercâmbios e caravanas dos jovens entre os territórios. As atividades serão desenvolvidas em municípios-polo nos territórios da Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia e Piauí.
Maria Clara Guaraldo (MTb 5027/MG)
Embrapa Informação Tecnológica
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