30/10/14 |   Transferência de Tecnologia

Dia de Campo do Leite bate recorde de público

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - Cerca de 700 pessoas passaram por oito estações, marcadas pela interação entre pesquisadores e produtores através da troca de conhecimentos

Cerca de 700 pessoas passaram por oito estações, marcadas pela interação entre pesquisadores e produtores através da troca de conhecimentos

Na última quinta-feira, 29, a Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) recebeu na Estação Terras Baixas (ETB) produtores de diferentes cidades para um Dia de Campo sobre a cadeia produtiva do leite. O evento superou as edições passadas em número de participantes. Cerca de 700 pessoas passaram por oito estações, marcadas pela interação entre pesquisadores e produtores através da troca de conhecimentos. "A gente aqui sempre troca muitas ideias com outros produtores e com a Embrapa e isso tende a aumentar nossos conhecimentos e a lucratividade na propriedade", conta Luiz Fernando Gerald. Produtor há 15 anos, esta é a segunda vez que ele participa do Dia de Campo.
 
As estações, divididas em cinco temas principais, tinham como objetivo abranger todo o processo de produção do leite e os aspectos que influenciam na qualidade. As estações foram: Relação entre água, solo e plantas na cadeia leiteira; Planejamento forrageiro; Criação de terneiras; Qualidade da água na produção do leite; BRS Kurumi; O uso de mandioca na alimentação; O manejo da ordenha; e A capacitação para os produtores. As estações são como uma vitrine, onde cada pesquisador fala e demonstra técnicas de sua especialidade para melhorar a qualidade do leite.
 
O que chamou mais atenção de Gerald foram as tecnologias voltadas à alimentação. Ele pretende integrar nas forrageiras que planta a BRS Kurumi - uma cultivar de capim-elefante anão de alta produtividade, com mais folha do que caule, o que garante maior quantidade de alimento e, assim, estimula a produção de leite. "A Kurumi tem a quantidade de proteína necessária para estimular a produção de leite no animal e ela é bem aproveitada pelos bovinos, pois 70% do que a vaca come é digerido", explica Jamir Luis Silva da Silva, pesquisador da Embrapa.
 
Outra estação apresentou aos produtores a questão do bem-estar animal, ou seja, a importância do rebanho estar confortável e ter liberdade de expressar o comportamento natural da sua espécie. Os bovinos são seres que estão acostumados a andar em bandos e aprendem a pastar assim, por isso, esse tipo de manejo tem sido incentivado. "Sou produtor desde pequeno, sempre acompanhei meu pai na lida e mesmo assim não sabia dessa de bem-estar animal", diz Paulo Gilberto Amaral, que assumiu a propriedade da família há 40 anos e pretende começar agora um trabalho voltado ao bem-estar de seu rebanho.
 
Em dias quentes, como no Dia de Campo, quando os termômetros marcavam 35ºC, deve-se ter a preocupação com o rebanho que está no campo. Assim como os participantes, que procuravam sombra embaixo das tendas das estações, os animais também precisam de sombra para evitar o desgaste físico. O pesquisador Jorge Schafhauser ressaltou a importância de se ter árvores próximo às áreas onde os rebanhos pastam e também alguns galpões para abrigá-los.  A hidratação é necessária para manter o bem-estar do animal.  A água deve ser de qualidade e ofertada em abundância.
 
Esta relação entre a água e a produção do leite foi o tema de uma das estações que mais chamou atenção dos produtores. O consumo de água potável incentiva a produção de um leite de qualidade, já que 87% do laticínio é composto por ela. A água também tem papel importante na higienização dos equipamentos da ordenha. "Caso o produtor use água contaminada para limpeza dos materiais, pode acabar por contaminar o leite no momento da ordenha.", conclui Rogério Dereti, da Embrapa Gado de Leite. 
 
A produtora Márcia Petter Storch, da colônia Osório, está iniciando a produção leiteira em sua propriedade e para ela o dia de campo foi um momento de aprendizado. "A limpeza do animal e da sala de tirar leite é muito importante. Descobri também que não posso alimentar os animais enquanto ordenho. Vou tentar mudar, a hora da ordenha é apenas para a ordenha", conclui.
 
Tradição
O Dia de Campo do leite é tradicional na Embrapa Clima Temperado e o público vem aumentando anualmente. Em cada edição são apresentadas novidades e soluções para os problemas dos produtores. No Rio Grande do Sul, 130 mil famílias produzem leite e dependem dele para se manter. O evento é uma forma de colaborar para a qualidade da produção, visando mais lucratividade para o trabalhador rural. "É uma troca para que eles apropriem o conhecimento no dia a dia. Um momento especial também para a gente capturar as demandas dos produtores e poder atendê-los cada vez melhor", afirma Clenio Pillon, chefe-geral da Embrapa.
 
Colaboração: Raphaela Suzin
 

Francisco Lima
Embrapa Clima Temperado

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