12/11/14 |   Agricultura familiar  Produção vegetal  Transferência de Tecnologia

Alagoas recebe dia de campo sobre manejo de adubos verdes na citricultura

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Foto: Léa Cunha

Léa Cunha - Pomar de citros

Pomar de citros

Nesta quinta-feira, dia 13 de novembro, em Santana do Mundaú (AL), das 8h30 às 12h30, acontece um dia de campo sobre o manejo de adubos verdes na citricultura e boas práticas de implantação do pomar de citros. O evento é realizado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com o Arranjo Produtivo Local (APL) Fruticultura no Vale do Mundaú, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Associação Ecoduvale, Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas – Emater/AL e Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Agrário.
O evento é uma das atividades previstas no projeto "Transferência de tecnologias de cobertura vegetal na cultura dos citros e sua contribuição para agricultura conservacionista", liderado pelo analista Cicero de Cartaxo Lucena, do Setor de Gestão de Transferência de Tecnologia da Embrapa Mandioca e Fruticultura. O projeto, que está alinhado com as diretrizes do Plano da Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) do Mapa, pretende divulgar técnicas que permitam a conservação do solo, aumentem o teor de matéria orgânica do solo e contribuam para uma citricultura sustentável e de baixa emissão de carbono.
O objetivo desse dia de campo é transferir tecnologias para técnicos, extensionistas e agricultores como a utilização de coberturas vegetais, visando ao manejo e à conservação do solo, e práticas de controle da gomose ou podridão de raízes, um dos principais problemas fitossanitários da cultura na região.

Tecnologias
"O manejo adequado de coberturas verdes nas entrelinhas dos pomares reduz o uso de herbicidas e o número de operações com roçadeiras para o controle do mato. No caso específico da região do Vale do Mundaú, onde a laranja Lima é cultivada em áreas de relevo muito declivoso, a adoção do manejo de coberturas vegetais pode contribuir para mitigar os efeitos da erosão do solo e as perdas de nutrientes nestes pomares. Na região também há associações de produtores orgânicos certificados, e o uso de adubos verdes é uma prática que ajuda na produção. Além da proteção do solo e da supressão das plantas espontâneas, as leguminosas contribuem para o aporte de nutrientes exigidos pelas plantas". explica Cicero.
Atenção especial será dada à gomose (Phytophthora spp), doença causada por fungos que ataca plantas cítricas podendo levar à morte das mesmas. Os sintomas ocorrem tanto nas mudas produzidas em viveiros como no campo. Pode infectar sementes e causar podridões antes da germinação.

O Vale do Mundaú
O estado de Alagoas é o terceiro maior produtor de laranja da região Nordeste, ficando atrás apenas de Bahia e Sergipe, ocupando uma área de 4,3 mil hectares e produção de 46 mil toneladas de laranja, o que representa um valor da produção de R$ 18 milhões (IBGE, 2012). A citricultura alagoana tem como peculiaridade a produção de laranja lima, de baixa acidez, sendo a maior concentração de área plantada desta variedade no Brasil.
A introdução da citricultura no estado de Alagoas ocorreu na região do Vale do Mundaú, no final da década de 1950. Apesar da tradição do cultivo de laranja na região, a grande expansão ocorreu somente no final da década de 1990, com ascensão no mercado nacional para a venda de frutas in natura. A criação do Arranjo Produtivo Local (APL) da laranja, a organização dos agricultores e a opção por sistema agroecológico de produção tem facilitado a comercialização da laranja Lima com valor agregado e aumentado a renda dos agricultores.
Em relação ao sistema de produção, as características da paisagem local, com encostas íngremes que variam de relevo ondulado a forte ondulado e o plantio realizado no sentido "morro abaixo" tem tornado imperioso a adoção de práticas de conservação do solo nos pomares visando a sustentabilidade da cultura. A utilização de plantas de coberturas de solo nas entrelinhas do pomar pode se constituir em uma alternativa para a conservação do solo.
Plantas de coberturas ou adubos verdes, com capacidade de fixação biológica de nitrogênio, além dos benefícios da ciclagem de nutrientes, adição de matéria orgânica e proteção do solo contra erosão, as coberturas vegetais podem se constituir em uma boa opção para o controle de plantas invasoras nas entrelinhas dos pomares, evitando o uso de herbicidas, cuja utilização não é permitida em sistema orgânico de produção.
O sistema de plantio da laranja Lima está concentrada no porta-enxerto limão Cravo, que apesar de tolerante à seca, apresenta grande suscetibilidade à gomose.


Serviço:

8h30 – 9h Recepção e inscrições

9h – 9h30 Abertura do evento
Valdelane Tenório – APL Fruticultura no Vale do Mundaú
Cristina Loureiro Strehl – Atendimento Coletivo Agronegócio – Sebrae-AL

9h30 – 12h30 Visita à Unidade Demonstrativa
Estação I
Manejo de coberturas vegetais em pomares de citros
José Eduardo Borges de Carvalho e Cláudio Luiz Leone Azevedo – Embrapa Mandioca e Fruticultura

Estação II
Boas práticas de implantação e condução de pomar de citros
Cicero Cartaxo de Lucena e Augusto César Moura da Silva – Embrapa Mandioca e Fruticultura

Estação III
Gomose dos citros
Hermes Peixoto Santos Filho – Embrapa Mandioca e Fruticultura

12h30 Encerramento

Léa Cunha (DRT-BA 1633)
Embrapa Mandioca e Fruticultura

Contatos para a imprensa

Telefone: (75) 3312-8076

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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