A literatura referente à cultura do pimentão ganhou recentemente mais uma fonte de consulta, representada pelo livro “Fisiologia e Manuseio Pós-Colheita de Pimentão”, elaborado pela pesquisadora Milza Lana, da área de Pós-Colheita da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF). Um ponto a mais para a hortaliça, contemplada em diversas publicações da Embrapa, a exemplo da série Documentos onde são expostos dados baseados em resultados de pesquisas em geral, com recomendações básicas de conservação pós-colheita que servem para todas as culturas. No livro em pauta, os dados descritos incluem fontes também externas, mas não é esse apenas o seu único diferencial. “Esse é um livro essencialmente técnico, dirigido para um agrônomo, um gestor de casa de embalagem, um produtor que queira obter uma colheita melhor e para estudantes de agronomia, é uma publicação voltada para esse gênero de público”, explica Milza. De acordo com a pesquisadora, a ideia era produzir um livro de referência, que se distinguisse dos demais pela abordagem dos cuidados pós-colheita com a cultura do pimentão. “Cada cultura tem uma especificidade que deve ser levada em consideração para que se obtenha o resultado desejado; ao se receitar, por exemplo, que a armazenagem das hortaliças deve ser feita em uma temperatura ideal, qual seria então nesse caso a da cenoura, a do pimentão e a da alface, que são hortaliças com diferentes níveis de exigências pós-colheita?”, questiona Milza. “Existem algumas culturas que são mais suscetíveis a danos mecânicos do que outras, então as recomendações devem se adequar a essas diferenças”, acrescenta. O fato de o pimentão ter sido a cultura definida para figurar sob esse formato não foi uma escolha aleatória. A hortaliça é foco de um projeto sobre Produção Integrada (PI), liderado pelo pesquisador Jorge Anderson, e que conta com a participação da pesquisadora na elaboração de diretrizes que teriam de ser seguidas pelo produtor na pós-colheita para que ele pudesse solicitar a certificação de PI de sua produção de pimentão. A princípio, seria um material de apoio explicitando essas normas de forma resumida, mas a introdução de novos elementos ampliou o foco inicial e resultou na edição de “Fisiologia e Manuseio Pós-Colheita de Pimentão”. Conforme detalha a pesquisadora, a primeira parte do livro, “fisiologia pós-colheita”, explica quais os processos fisiológicos influenciam na sanidade da hortaliça após ter sido colhida: “Essa parte tem muitos gráficos e tabelas, que são resultados de trabalhos científicos já publicados, e mostra com ilustrações quais são os processos mais importantes que influenciam a durabilidade do fruto após a colheita”. Já a parte do manuseio é voltada para a parte prática – colhe assim, embala assim, um passo-a-passo de como proceder na hora da colheita. “Essa prática que é exposta no livro é, em boa parte, baseada nos trabalhos que a Embrapa Hortaliças desenvolveu junto com os produtores de pimentão do Núcleo Rural de Taquara e na Ceasa-DF; a outra parte envolve a informação sobre procedimentos adotados em países que são importantes produtores de pimentão, como EUA, Israel e Espanha, e que podem servir como referenciais”, anota Milza. Produção integrada - A PI é um tipo de produção obtida por meio da priorização de métodos ecologicamente mais seguros, com redução do uso de agroquímicos como forma de aumentar a proteção do meio ambiente e da saúde humana. Aos produtores interessados no cultivo nesse sistema é necessário que assumam o compromisso de cumprir todo um conjunto de Normas Técnicas Específicas construídas com base em Instruções Normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e assim terem o direito de usar um Selo de Qualidade com chancela oficial do Ministério e do Inmetro. Serviço Adquira um exemplar da publicação na Livraria da Embrapa, no endereço www.embrapa.br/livraria.