Expedição Serigy conhece biodiversidade da Reserva do Caju
Expedição Serigy conhece biodiversidade da Reserva do Caju
Pisar o mesmo chão por onde andaram os ancestrais, explorar os rincões de Sergipe para aprofundar as experiências e o conhecimento sobre a história, a cultura, a natureza, as pessoas. Esse é o objetivo da Expedição Serigy, grupo criado em 2013 por pessoas de diversas formações, mas com o ímpeto comum de revisitar a terra onde, no século XVI, viveu e lutou contra a dominação portuguesa o cacique de mesmo nome, primeiro herói indígena brasileiro.
A expedição já realizou caminhadas por diversos locais importantes do estado, como o povoado Cabeço, na Foz do Rio São Francisco, em Brejo Grande, o Refúgio de vida Selvagem do Junco em Capela, a Serra de Itabaiana, no Agreste, e a Pedra da Arara, em Macambira.
No sábado, 28 de fevereiro, foi a vez de visitar a Reserva do Caju, no campo experimental da Embrapa Tabuleiros Costeiros em Itaporanga d'Ajuda, no Litoral Sul de Sergipe, a primeira Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) federal da Embrapa no Brasil.
Trilhas
Após ser recebida pelo chefe-geral, Manoel Moacir Macedo, a chefe de Administração, Aline Moura, e o coordenador de Atendimento, João Quintino, a expedição seguiu para as trilhas. Durante mais de três horas, os visitantes caminharam através dos os 763,37 hectares da reserva, um verdadeiro berço de biodiversidade. Guiaram a visita o supervisor de campo Erivaldo Morais e do assistente Jaconias Ferreira, Seu Jacó, nativo e profundo conhecedor da área.
O grupo passou por entre remanescentes da Mata Atlântica, manguezais, restingas, coqueirais, braços de marés e apicuns. Além de encher os olhos com a beleza do local, foi possível apreciar os sabores da terra, comendo frutas nativas caídas no chão, como a tradicional mangaba, o murici e o Ouricuri dourado. Os mais curiosos perguntavam os nomes dos frutos e árvores a Seu Jacó, que de pronto respondia com precisão invejável.
Para aliviar o forte calor do final da manhã de verão e recarregar as energias, os expedicionários deram um mergulho providencial nas águas do rio Vaza-Barris, que margeia a trilha da Ilha do Boi. Na chegada à sede do campo após a trilha, foi possível matar a sede e repor calorias com água de coco, mangaba e manga geladas.
A Expedição Serigy conta com dez membros, entre os quais o médico e ex-vereador por Aracaju, Antônio Samarone, idealizador da iniciativa e líder do grupo, o arquiteto e urbanista Ricardo Nunes, o ativista ambiental, ator e produtor cultural Antônio Leite, o historiador e secretário de estado da Educação, Jorge Carvalho, e o jornalista e diretor da TV Alese, Luciano Correia.
Para Samarone, a visita valeu muito a pena a iniciativa da Embrapa em manter uma reserva dessas dimensões num bioma tão importante como a Mata Atlântica é extremamente louvável. "Sergipe precisa visitar e conhecer melhor essa área e aprender a valorizar esse relevante trabalho de conservação. Para nós foi possível perceber fortemente importância da integração entre pesquisa e preservação ambiental, tendo à frente funcionários públicos extremamente comprometidos e competentes, a exemplo de Erivaldo e Seu Jacó", declarou.
A reserva
Localizada à beira do rio Vaza-Barris, próximo à foz, a Reserva do Caju constitui um rico e exuberante substrato da diversidade do litoral nordestino, sendo berço de diversas espécies. Em incursões anteriores pelo local foram encontrados vestígios antigos de cerâmicas indígenas, que se encontram expostos no Museu do Homem Sergipano. No entorno da área estão comunidades tradicionais cujo sustento depende fortemente da integridade ambiental da região, como a Ilha Mem de Sá, onde 75 famílias vivem da pesca artesanal e da coleta de mariscos.
Oficializada em caráter permanente, a reserva ocupa a maior parte dos 910,81 hectares do campo experimental, onde a Unidade da Embrapa desenvolve diversas pesquisas em agricultura de base ecológica e mantém Bancos Ativos de Germoplasma (BAGs) – áreas para conservação de recursos genéticos de coco e mangaba de relevância mundial.
O reconhecimento oficial da Reserva do Caju foi feito em 2011 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). De acordo com o decreto de 2006 que regulamenta as RPPNs, áreas como a Reserva do Caju só poderão ser utilizadas para o desenvolvimento de pesquisas científicas e visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais.
Para agendar uma visita ao Campo Experimental de Itaporanga d'Ajuda – Reserva do Caju, entre em contato com o Serviço de Atendimento ao Cidadão da Embrapa Tabuleiros Costeiros pelo telefone (79) 4009-1344 ou através do e-mail tabuleiros-costeiros.eventos@embrapa.br.
Mais fotos
Para ver a cobertura fotográfica completa da visita da Expedição Serigy à Reserva do Caju na rede social Flickr, clique aqui.
Para ver imagens da diversidade da fauna da reserva, clique aqui.
Saulo Coelho (MTB/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros
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