Vinte e seis integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), estabelecidos em seis assentamentos nos municípios de Estância e Umbaúba, no Sul Sergipano, visitaram na terça-feira (28) o campo experimental da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), em Itaporanga d'Ajuda, litoral sul do estado.

O objetivo da visita, articulada por representantes do Centro de Formação em Agropecuária Dom José Brandão de Castro (CFAC), ONG que oferece assistência técnica a assentados do movimento, foi conhecer de perto as vitrines tecnológicas de base ecológica instaladas no campo. A ideia é disseminar as tecnologias, que são baratas e de aplicação simples, ajudando a garantir a sustentabilidade no campo.

No Campo Experimental de Itaporanga, pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros conduzem estudos para o desenvolvimento de várias tecnologias em prol da agricultura sustentável na região dos Tabuleiros Costeiros. Entre as ações desenvolvidas estão práticas agroecológicas sustentáveis, uso do solo em agroecossistemas e manutenção de bancos de germoplasma para a conservação dos recursos genéticos de espécies como coco e mangaba.

Guiados pelo supervisor de Campos, Erivaldo Moarais, e pelo técnico Cleverson Santos, com apoio do agente de comunicação Roque de Jesus, os visitantes tiveram contato com conceitos gerais da agroecologia e conheceram as estações de tecnologias de base ecológica do campo – fossa séptica, minhocultura, BioGeocompostagem, policultivo e sistemas agroflorestais (SAFs). Os assentados assistiram às apresentações e tiraram todas as dúvidas sobre como aplicar as tecnologias nas suas propriedades.

O que mais chamou a atenção de Seu José Adair Almeida de Andrade, que possui um lote no assentamento Campo Alegre, em Umbaúba, foi o fato da Embrapa apresentar tecnologias baratas e acessíveis. "Quando nos convidaram apara visita, tivemos resistência por conta da imagem da Embrapa estar muito associada a laboratórios e coisas muito técnicas, mas fiquei surpreso em ver de perto tanta coisa prática, simples e que pode ser muito proveitosa nos assentamentos", declarou.

De acordo com os representantes do CFAC, Aparecida Figueiredo e Saturnino Santos, a ONG auxiliará os visitantes a implantar nos assentamentos ainda este ano fossas sépticas biodigestoras, minhocários para vermicompostagem e o sistema de produção do composto BioGeo.