20/07/17 |   Agricultura familiar  Agroecologia e produção orgânica

Curso promove intercâmbio de conhecimento em agrofloresta

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Foto: Luiz Octávio Ramos Filho

Luiz Octávio Ramos Filho - Agricultor do Sepé em SAF

Agricultor do Sepé em SAF

O terceiro curso prático de vivência em agrofloresta no Sepé Tiaraju, coordenado por uma equipe Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), da Esalq/USP e da UFSCar, acontece de 25 a 28 de julho, no próprio Assentamento. Conta com a parceria do Mutirão Agroflorestal, Coletivo de Agroecologia da Juventude do Sepé (Cajus), Cooperativa Agroecológica de Manejo e Conservação da Biodiversidade dos Agricultores Familiares (Cooperecos), Associação Fraterra, Cooperativa dos Produtores Rurais Agroecológicos do Sepé Tiaraju (Cooperagrosepé) e Secretaria do Meio Ambiente (SMA-SP).

Situado na região de Ribeirão Preto, SP, o Sepé Tiaraju é um assentamento que, desde a sua origem, em 2004, foi concebido como um Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) e desde 2006 alguns agricultores optaram pelo plantio de agroflorestas.

Mais recentemente, entre 2014 e 2017, por meio de um projeto financiado pelo Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS-SMA), foram implantados 25,4 hectares de agroflorestas, distribuídas em 35 lotes familiares. Esse projeto contou com a parceria da Embrapa Meio Ambiente, de cooperativas do assentamento, da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), do Instituto Biossistêmico (IBS) e da ONG Mutirão Agroflorestal.

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e um dos coordenadores do curso, Joel Queiroga explica que “nesse contexto, foram realizados dois cursos de vivência, com práticas voltadas principalmente ao planejamento, à implantação e ao manejo destas agroflorestas”.

“Nesta 3a. edição, a proposta é que os participantes vivenciem o dia a dia das famílias assentadas, participando e partilhando os momentos de plantio, colheita e manejo de seus agroecossistemas e sistemas agroflorestais (SAFs). Além disso, ocorrerão rodas de formação referentes ao processo de luta pela conquista da terra, os desafios da agricultura familiar na atualidade, a juventude no campo e principalmente sobre o desenho e manejo dos sistemas agroflorestais”, explica Queiroga.

Este curso possui estreita sintonia com outros projetos da Embrapa, como o Projeto “Monitoramento e avaliação econômica de Sistemas Agroflorestais agroecológicos: estudos de caso no estado de São Paulo” e o Projeto Especial “Soluções tecnológicas para a adequação da paisagem rural ao Código Florestal Brasileiro”, que tem como uma das atividades a implantação de URTs pilotos em Bioma Mata Atlântica do Estado de São Paulo, como suporte à adequação à legislação ambiental e ações de transferência de tecnologias.

Conforme esclarece a pesquisadora Katia Braga da Embrapa Meio Ambiente, também coordenadora, o curso busca promover o intercâmbio de conhecimentos no manejo agroecológico agroflorestal por meio de atividades práticas, nas parcelas dos próprios agricultores sob a coordenação e acompanhamento  da equipe técnica. Dessa forma, pretende-se capacitar estudantes, técnicos e agricultores como agentes multiplicadores para o planejamento, implantação e manejo participativo de sistemas agroflorestais.

A programação consistirá em atividades de campo realizada em grupos, monitoradas e coordenadas pela equipe técnica do curso. Cada aluno vivenciará diferentes tarefas a cada dia de prática, envolvendo a observação dos desenhos dos agroecossistemas, atividades de plantio, manejo da biomassa, podas e utilização de cobertura morta, bem como tarefas organizativas com metodologias participativas de trabalho em mutirão. Ao início de cada dia de prática será realizado uma breve atividade de nivelamento teórico-conceitual e planejamento do dia, e ao final de cada dia será realizada uma avaliação em grupo para consolidar os aprendizados.

Também são coordenadores o pesquisador Luiz Octávio Ramos Filho, o analista Waldemore Moriconi, ambos da Embrapa Meio Ambiente; Vitor Santos da Esalq/USP; Karen Krull; Maisa Siqueira e Marcelo Xavier da UFSCar.

Programação
Terça-feira, dia 25
10h - Recepção e inscrição dos participantes – Sitinho/Escola
10h - Roda de apresentação; metodologia do curso de vivência; acordos coletivos.
12h – Almoço coletivo (Lote da D. Áurea)
13h30 – Breve contextualização histórica do Assentamento Sepé Tiaraju e dos projetos de agrofloresta
15h – Visitas pedagógicas: introdução à Agrofloresta no contexto do Sepé - desenhos e estratificação nos lotes D. Áurea e Sr. João, Aguinaldo e Elias
17h - Encaminhamento dos participantes para as casas das famílias

Quarta-feira, dia 26
8h- Imersão prática supervisionada nos lotes junto às famílias.
17h – Roda de conversa, simultânea nos três núcleos: história da luta, a opção por agroecologia e agrofloresta, comercialização, agroindústrias. Local: Barracões das Cooperativas.
19h – Jantar nas casas de cada família

Quinta-feira, dia 27
8h – Formação teórico-prática em agrofloresta – estratos, plantios manejos de inverno, podas, organização da biomassa, manejo das bananeiras, abelhas e polinizadores (simultânea em três Núcleos - Lotes: Aguinaldo, Hemes e Arlindo)
12h – Almoço
13h30 – Mutirões supervisionados de manejo agroflorestal em lotes de agricultores 18h – Roda de conversa unificada: a juventude do Sepé (Cajus) e o futuro das Agroflorestas. Local: Barracão comunitário (Sitinho)
20h – Jantar coletivo e integração cultural

Sexta-feira, dia 28
8h- Imersão prática supervisionada nos lotes junto às famílias
14h – Roda de conversa coletiva: socialização das vivências, balanço e avaliação. Local: Barracão comunitário
16h – Encerramento.

Cristina Tordin (MTB 28499)
Embrapa Meio Ambiente

Contatos para a imprensa

Telefone: 19 3311 2608

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/