12/03/15 |   Produção vegetal

Reunião discute manejo da mosca-branca no Cerrado brasileiro

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Foto: Paula Rodrigues

Paula Rodrigues - Representantes das cadeias produtivas discutem alta incidência da mosca-branca no Brasil Central

Representantes das cadeias produtivas discutem alta incidência da mosca-branca no Brasil Central

No final de fevereiro, representantes das cadeias produtivas de tomate, feijão e soja reuniram-se na Embrapa Hortaliças para debater os prejuízos que a mosca-branca tem ocasionado nessas culturas nas áreas de cerrado do Brasil Central. Organizada pela pesquisadora Alice Nagata, a reunião teve o objetivo de constituir um grupo de trabalho para estabelecer as melhores estratégias para o manejo da praga.

"O encontro foi uma tentativa de discutir um conjunto de atividades para diminuir a importância da mosca-branca na nossa agricultura", comenta Alice, para quem é preocupante a possível inviabilização da produção de tomate no Cerrado, assim como ocorreu no Nordeste brasileiro.

Na ocasião, estiveram presentes cerca de 30 agricultores, extensionistas, pesquisadores e representantes da indústria e de órgãos públicos. Vários participantes alertaram para o agravamento da incidência de mosca-branca em diferentes culturas, inclusive em algumas em que a praga não costumava ser um problema como é o caso da batata.

Para o consultor Massaru Yokoyama, as medidas de controle realizadas pelos produtores rurais privilegiam culturas específicas, ao invés de focar os sistemas produtivos. Dessa forma, o vazio sanitário em algumas culturas, que prevê um período sem plantas vivas no campo, pode perder a eficiência, uma vez que a praga vem se adaptando a novas fontes de alimento.

Nesta etapa, o grupo de trabalho estuda gerar um documento para subsidiar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) sobre a atual situação da mosca-branca nas regiões produtoras de tomate, soja e feijão do Centro-Oeste. Espera-se que, com isso, ela possa ser considerada uma praga emergencial, fato que facilitaria o registro de novos produtos para controle. "Contudo, é preciso também revisar a eficiência dos produtos já registrados, visto que aqueles que controlam a praga no tomate, por exemplo, não atingem a mesma eficácia na cultura do feijão", sublinha a pesquisadora Eliane Quintela.

Sobre a praga

A mosca-branca é uma praga que não faz distinção de alimento e, devido ao alto grau de polifagia, mantê-la sob controle é uma tarefa que tem mobilizado esforços de diversas cadeias produtivas que se preocupam com o impacto negativo na produtividade.

No caso do tomate, além de agir como um inseto sugador que compromete o desenvolvimento da planta e injeta toxinas capazes de estragar os frutos, a mosca-branca também transmite viroses que afetam a produtividade das lavouras e geram perdas de até 50%.

Algumas regiões produtoras adotaram o vazio sanitário para tentar controlar o nível populacional da mosca-branca. Contudo, para garantir o sucesso no controle dessa praga, mais do que contar com políticas públicas implantadas por órgãos de defesa vegetal, é preciso propor aos agricultores um manejo racional a fim de manter a sustentabilidade de todo o sistema.

 

Paula Rodrigues (MTB 61.403/SP)
Embrapa Hortaliças

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Mais informações sobre o tema
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