17/04/15 |   Produção animal  Transferência de Tecnologia

Curso de Qualidade do Leite destaca soluções para o Lina

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Participantes estão motivados a reaproveitar o leite descartado e a utilizar técnicas de manejo que garantam melhores condições do produto para concorrer no mercado de laticínios
 
Com a capacidade esgotada do auditório da Estação Experimental Terras Baixas, no Capão do Leão, da Embrapa Clima Temperado, foi realizado o terceiro Curso de Qualidade do Leite, durante esta quinta-feira, 16 de abril. Os técnicos envolvidos no projeto Transferência de Tecnologias para o Desenvolvimento da Atividade Leiteira no RS com base nas Boas  Práticas Agropecuárias (Protambo) e associados do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat) foram foco da capacitação, que contou com palestras técnicas e visita ao  Laboratório do Leite.
 
Esta foi a primeira participação de produtores rurais ligados ao Sindilat. Segundo a médica veterinária do Sindicato, Letícia Vieira,  esta capacitação para os associados prevê além de explanar dúvidas, descobrir se existe a possibilidade deste tipo de leite ser aproveitado na indústria, pois hoje ele é condenado. A partir daí, trabalhar em conjunto, com a Embrapa para  futuramente mudar a legislação e este leite ser processado.
 
"O Sindilat promoveu este curso não só para os associados, mas também para os contribuintes do FUNDESA . Esta necessidade veio a partir das reuniões feitas com o grupo técnico, de campo e diretores, e em todas as discussões foram identificadas dúvidas a respeito do LINA", esclareceu.
 
Para o diretor do Sindilat, Darlan Palharini, a qualificação faz parte do melhoramento para que o Estado atinja mercados internacionais. "Entendemos que o RS tem uma boa qualidade de matéria-prima e a qualidade é uma corrida constante para que se aprimore e se chegue ao status idea. O custo do Lina é muito elevado e hoje nós vemos que ele pode ser aproveitado, e isso fará com que a nossa competitividade diminua no mercado lacticínio", avaliou. 
 
Para a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado e líder do projeto Protambo, Maira Zanela, o curso vem a levar a informação sobre o Lina aos produtores para que se utilizem desta inovação e apliquem na sua produção. Hoje, em média, 20 pesquisadores trabalham com o Lina no Brasil . Durante este ano há um planejamento de realização de um curso em até dois meses em Passo Fundo, que não foi confirmado. Em setembro, ocorrerá seminário durante o Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite, no Paraná.
 
Marcos Mariano, é médico veterinário, de Santana do Livramento, trabalha na região Oeste na fronteira do RS e enfrenta alguns casos de Lina durante o ano, principalmente nessa época. " O tempo de constatação do Lina é muito rápido e a recuperação é lenta, já tive produtores que tiveram que descartar cerca de 500l de leite fora", contou.  Com o curso, ele disse ter mais ferramentas para diagnosticar e reforçar o que já se vinha fazendo, além de incrementar o conhecimento para trabalhar o problema.
 
Nathalia Esteves, é de Bagé, como participante do curso avaliou como de grande valia, pois foi possível repensar alguns pontos sobre o manejo nutricional. "Por mais que se busque por respostas, tudo volta ao manejo", concluiu.
 
O chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, fez a abertura do evento evidenciando a importância do fortalecimento da interação entre as instituições e o quanto são necessárias ações de parceria ao se referir ao envolvimento do Sindilat as ações da pesquisa. "Esta parceria pode ser simbólica, mas quanto a gente se une para juntar competências, o que cada um tem bom em infraestrutura e de recursos para colocar tudo isso à disposição da sociedade para melhoria da qualidade do leite e da sustentabilidade da cadeia produtiva, nós temos um exemplo muito forte de parceria público-privada à serviço da sociedade", exaltou.
 
Clenio Pillon fez a entrega de exemplares de publicações técnicas sobre pesquisas para cadeia produtiva do leite para representantes da Cooperativa Santa Clara, Alexandre Guerra, da Cosulati, Raul Amaral, e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mirela Anselmo.
 

Cristiane Betemps com colaboração de Letícia Eloi Pinto (MTb 7418-RS)
Embrapa Clima Temperado

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