Agrobiodiversidade no Tocantins foi discutida em oficina temática
Agrobiodiversidade no Tocantins foi discutida em oficina temática
Entre os dias 13 e 17 de abril, aconteceu em Palmas-TO a terceira oficina temática, no estado, do Programa Nacional de Inovação e Sustentabilidade na Agricultura Familiar. Organizada em conjunto pela Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário no Tocantins (DFDA-TO), pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp / Ulbra) e pela Embrapa Pesca e Aquicultura, contou com dezenas de participantes, entre eles agricultores, extensionistas e representantes de órgãos públicos.
Várias ações ficaram acertadas para os próximos meses no estado. Dentro do desafio de compartilhar conhecimentos na área, por exemplo, foram propostos: um mapeamento de experiências agroecológicas que podem ser consideradas referências no estado; capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural para trabalhar com agroecologia e com saberes tradicionais; a criação de uma rede para promover a troca de sementes, com identificação dos chamados materiais crioulos, ou tradicionais.
Outro desafio é a elaboração de um Plano Estadual de Agroecologia, que deve ter como referência o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) – clique aqui para mais informações sobre o plano nacional. A organização de uma rede de agroecologia no estado também foi apontada como desafio, assim como facilitar a emissão das Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAPs) para os indígenas – o Pronaf é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.
Durante a oficina temática, aconteceu também uma visita ao Assentamento Mariana, que fica no Vale do Ribeirão São João, a pouco mais de 20 km de Palmas e onde moram 17 famílias. De acordo com a professora Conceição Previero, do Ceulp-Ulbra, "verifica-se na comunidade o processo de transição agroecológica, evidenciando práticas sustentáveis, por exemplo, sistemas de agroflorestas como alternativa de produção ecológica".
Situação estadual – No estado, culturas agrícolas como mandioca, milho, feijão caupi, arroz, hortaliças, tubérculos e fruteiras são trabalhadas dentro da perspectiva de agroecologia. Segundo Conceição, "a agrobiodiversidade no Tocantins é observada no âmbito da agricultura familiar e nas comunidades tradicionais, mas infelizmente houve / há uma grande perda da diversidade dos materiais genéticos, (o que) compromete os sistemas agrícolas sustentáveis".
A professora considera a organização social dos pequenos agricultores um grande gargalo. "Um CNPJ de uma associação ou cooperativa não vincula a práticas que podem direcionar autonomia a essas comunidades. A organização pode ser transformadora, mas ainda faz-se necessário um trabalho mais forte nesse sentido", explica.
Clenio Araujo (6279/MG)
Embrapa Pesca e Aquicultura
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