Começou nesta quinta, 26 de março, em Palmas-TO a primeira oficina temática do Programa Nacional de Inovação e Sustentabilidade na Agricultura Familiar no Tocantins. O tema é mandiocultura e a oficina vai até esta sexta, 27. Participam produtores rurais, técnicos extensionistas, pesquisadores da Embrapa, representantes de empresas privadas e outros profissionais. Carlos Magno Campos da Rocha, chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, disse que o evento é um desdobramento da oficina de concertação, realizada em dezembro de 2014 também em Palmas, e que haverá outras oficinas temáticas na mesma lógica. Ele lembrou que, durante a edição do ano passado da Agrotins, principal feira agropecuária do Tocantins, chamou a atenção a demanda por mandiocultura. Comentando sobre a potencialidade dessa cultura no Tocantins, Carlos Magno acredita que falta o elo tecnológico. Ou seja, falta ainda aos produtores do estado terem acesso a informações e a tecnologias e colocá-las em prática. A esse elo tecnológico, o superintendente regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Tocantins, Jalbas Aires Manduca, acrescentou o elo da comercialização, que precisa ser melhor trabalhado. Para a expansão da mandiocultura no estado, ele lembrou que é fundamental o trabalho do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins). Participaram também da abertura da oficina Hermes Azevedo Coelho, subsecretário de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária do Tocantins, e Agostinho de Oliveira Chaves, delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Tocantins. Programa de inovação – O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pesca e Aquicultura, Alexandre Aires de Freitas, falou sobre o programa de inovação em agricultura familiar no Tocantins. Ele lembrou que, na oficina de dezembro, foram levantadas demandas que agora estão sendo trabalhadas nas oficinas temáticas. Além dessa primeira sobre mandiocultura, haverá mais cinco: bovinocultura leiteira; agrobiodiversidade / frutas do Cerrado; agrobiodiversidade / pesca; avicultura; e piscicultura. Aristoteles Pires de Matos, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas-BA), falou sobre inovações da mandiocultura na agricultura familiar. Segundo ele, estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão conta de que o Tocantins contribui com 1,22% da produção nacional, com rendimento médio de 17,04 ton/ha, enquanto no Brasil a média é de 13,61 ton/ha. Aristoteles falou também sobre o Projeto Reniva-TO, que é uma rede para multiplicar e transferir materiais propagativos de mandioca que tenham qualidades genética e fitossanitária e é desenvolvido em parceria pelas duas unidades da Embrapa: Mandioca e Fruticultura; Pesca e Aquicultura. O pesquisador elenca fatores essenciais para o bom desenvolvimento da planta, citando ambiente favorável, terras boas, água e luz / temperatura. E isso tudo o Tocantins tem. Aristoteles acredita que, com pequenos ajustes no sistema de produção, é possível aumentar a produtividade da mandioca no estado: "uma sistematização no plantio, com espaçamento definido, com o número de plantas estabelecido por hectare, só isso já dá um salto na produtividade", explica. O engenheiro de alimentos e técnico em agropecuária Salomão Luthiano Lima da Silva falou sobre aproveitamento da mandioca. Ele ressaltou a necessidade de atenção à manipueira, resíduo altamente poluente originado da prensagem da raiz da mandioca. Como opções, comentou sobre diversas opções de uso desse resíduo, a exemplo de biogás, adubo (fertilizante tanto do solo, como foliar), fabricação de sabão e fabricação de vinagre. Já o produtor Esmeraldo dos Santos relatou sua experiência com a cultura da mandioca. Uma das formas de venda de sua produção é numa tradicional feira de Palmas.