04/04/18 |   Segurança alimentar, nutrição e saúde

Grupo Gestor da PIMo-SP planeja safra 2018

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Foto: Sandro Pereira

Sandro Pereira - Fagoni em reunião do Grupo Gestor da PIMo.

Fagoni em reunião do Grupo Gestor da PIMo.

Representantes dos produtores de morango adeptos ao sistema de produção integrada (PIMo) da região de Atibaia, Jarinu e Piedade, SP, pesquisadores, estudantes, técnicos e gestores públicos, se reuniram em março, em Atibaia, para tratar de assuntos relacionados à certificação na safra 2018.

O primeiro item discutido foram as reuniões para a revisão da Norma Técnica Específica para a Produção Integrada de Morango. Discutida em conjunto, com a integração dos conhecimentos e das contribuições de todas as esferas de modo a atender as expectativas de todos os envolvidos, a norma precisa ser aplicável no dia-a-dia do produtor, sendo exequível no campo e compatível com os recursos do ambiente de produção.

Conforme a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) Fagoni Calegario, que participa do processo desde o início em 2005, os próximos passos devem ser a realização de reuniões regionais para discussão das propostas de alteração da norma nas diversas regiões produtoras e, ao final, a realização de uma reunião da Comissão Técnica da Produção de Morango (CT-PIMo).

Controle biológico
A doutoranda da Esalq/USP Fernanda Canassa apresentou um experimento com uso de fungos simbiontes (“fungos do bem”) como inoculantes, que será conduzido em três Unidades Demonstrativas da PIMo em Atibaia. Fernanda irá fazer a inoculação nas raízes antes do plantio e avaliar o efeito dos inoculados na incidência de ácaros rajados e ácaros predadores. Os tratamentos são promissores e os produtores presentes tiveram oportunidade de tirar várias dúvidas com a pesquisadora.

Economia Circular
Flavia Silva, doutoranda da Universidade Mackenzie, apresentou um estudo para ver se a PIMo atende aos conceitos da Economia Circular. Esse modelo de economia caracteriza-se por reinserir no sistema de produção os resíduos gerados tanto pelo consumo dos produtos da produção quanto pelo uso de recursos naturais. A pesquisa foi aplicada com os participantes do programa PIMo e constatou que a PIMo atende aos conceitos da economia circular, além de haver uma relação forte da economia do morango com a região.

Uma próxima etapa será identificar a relação com os clientes e com os fornecedores. O caso de Atibaia e Jarinu é muito interessante porque identificou que as pessoas de fora da região veem que a região é reconhecida pelo Morango. Com isso, a PIMo pode recorrer a programas e projetos, tanto nacionais quanto internacionais, voltados para a valorização da regionalização do morango.

Novas adesões
O Secretário de Agricultura da Prefeitura de Piedade, SP, Elton dos Santos, esteve na reunião para conhecer o programa. Ele pretende reunir um grupo de produtores em Piedade, já contando com o apoio de Yoshitero Sasada, produtor responsável por uma das Unidades Demonstrativas da PIMo e Waldir Godinho, produtor de Piedade que aderiu à PIMo recentemente. Além disso, pretende organizar um seminário com a participação da Embrapa, da Prefeitura de Atibaia e da Associação de Produtores de Atibaia e Jarinu.

Fagoni explicou que uma Unidade Demonstrativa é uma unidade de produção comercial com a diferença de que o produtor adota a tecnologia PIMo e aceita que sejam feitos cursos e visitações em suas propriedades. As Unidades Demonstrativas tem o poder de “irradiar” a tecnologia e o conhecimento para a vizinhança, promovendo interesse de produtores convencionais e consumidores.

Aos novos produtores que irão aderir à PIMo nesta safra, incluindo os produtores de Atibaia Kenji Nakashima e Aflanio Tomikawa, Fagoni explicou quais são os fatores mais importantes para obtenção da certificação. O registro das atividades no campo – data de plantio, data e hora de aplicação de agrotóxicos – e o arquivo de documentos como notas fiscais das mudas oriundas de viveiros fiscalizados, notas fiscais da compra de agrotóxicos e de equipamentos, receituários agronômicos. "Ttudo isso pode impactar na produção e na certificação", explica a pesquisadora. "Além disso, é obrigatório o agrotóxico ser registrado para a cultura, e a carência deve ser respeitada", observa Fagoni.

Outro ponto analisado foi a questão das mudas, que são a base de tudo. "Adquirí-las é um processo importante. Os fornecedores devem ter a documentação necessária e as mudas próprias têm que ser produzidas a partir de matrizes, não de plantas comuns".

Para a PIMo, em síntese, é necessário conhecer a praga-chave da região e aprender a monitorá-la. Pela Produção Integrada, quando aparece uma praga, usam-se inicialmente meios físicos de controle e/ou controle biológico e, como último recurso, usam-se agrotóxicos que não prejudiquem os agentes de controle biológico. Em último caso, quando é realmente necessário fazer uso de agrotóxicos, a aplicação é feita seguindo rigorosamente as orientações técnicas, usando-se os EPIs adequados, registrando a aplicação em caderno de campo e adotando todos os controles necessários.

Análises de água
Outro ponto abordado na reunião foi a qualidade da água. O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Claudio Buschinelli informou que em novembro de 2017 a Embrapa coletou um total de 10 de amostras para análise de água em açudes, poços e minas das Unidades Demonstrativas da PIMo. As amostras foram encaminhadas para laboratório credenciado e as análises mostraram que as águas dos poços e da mina podem ser usadas para consumo humano e irrigação. Porém, as amostras das águas dos açudes e da cisterna atendem aos requisitos de irrigação, mas não são indicadas para consumo humano.

O pesquisador informou, ainda, que serão realizadas novas coletas de água na safra 2018, bem como as avaliações com os produtores para a elaboração do Plano de Gestão Ambiental, documento exigido pelas Normas Técnicas da PIMo.

Planejamento estratégico
O analista da Embrapa Meio Ambiente Sandro Pereira tem participado das reuniões e contribuído com a revisão da Norma Técnica. Além disso, coleta dados para elaborar uma publicação sobre planejamento estratégico participativo de programas da Produção Integrada, usando a PIMo como piloto.

Cristina Tordin (MTB 28499)
Embrapa Meio Ambiente

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