Ciência para a vida - notas da edição nº 10
Ciência para a vida - notas da edição nº 10
Algodão na moda
Em abril de 2015, o algodão colorido produzido no Semiárido foi atração na feira "1.618 Luxo Sustentável", em Paris, França. O evento é conhecido por apresentar iniciativas mundiais voltadas ao consumo sustentável. Na Paraíba (PB), 80 famílias cultivam o algodão colorido em sistema de sequeiro, sem adubo químico ou inseticida sintético. Como já nasce colorida, a fibra dispensa o uso de produtos químicos para tingir o tecido e economiza 83% de água no processo de acabamento da malha, em comparação com os tecidos coloridos artificialmente. Essas características tornam o produto muito procurado pelas empresas voltadas para a chamada "moda verde". O algodão colorido é tão antigo quanto o algodão branco. Muitas espécies silvestres encontradas datam de 4.500 anos, mas suas fibras muito curtas não serviam para a fiação. Melhoramento genético conduzido pela Embrapa Algodão resultou em variedades de pluma colorida aptas à indústria têxtil. As tonalidades vão do verde-claro aos marrons claro, escuro e avermelhado. Pesquisadores querem, agora, obter o algodão de cor azul. Para isso, recorrem à biotecnologia visando transferir o gene que fornece essa cor para a fibra do algodão. •
— por Edna Santos
Navegue
1.618 Luxo Sustentável
Embrapa Algodão
Canola mais produtiva
Pesquisas conduzidas pela Rede Brasileira para Polinização de Canola avaliaram o impacto da presença das abelhas em lavouras de canola do Rio Grande do Sul. Foram realizados estudos durante a floração da canola em três municí- pios gaúchos: Esmeralda, Estrela e Guarani das Missões. A metodologia contou com três comparações: lavoura aberta (processo natural de polinização), lavoura coberta (livre de abelhas) e polinização manual flor a flor. As avaliações identificaram mais de 38 espécies de insetos polinizadores. Verificou-se que a abelha Apis mellifera é a espécie mais abundante e importante, representando em média 76% dos polinizadores nas lavouras. De acordo com a pesquisadora Betina Blochtein, da Pontifícia Universidade Católica do RS (PUC-RS), os resultados foram surpreendentes: a visitação livre de abelhas aumentou entre 17% (híbrido Hyola 420) e 30% (Hyola 61) a produtividade de canola. A maior presença das abelhas aumentou o número de síliquas (vagens) e o peso dos grãos de canola. De modo geral, o estudo indica que a polinização não só melhora o rendimento de grãos da cultura, mas também contribui para uniformidade e precocidade da formação de síliquas.•
— por Joseani M. Antunes
Navegue
Projeto Polinizadores do Brasil
Frutas sem fungicidas
Frutas frescas, livres de resíduos de contaminantes agroquímicos e com maior prazo de validade e comercialização é o que promove uma nova tecnologia de tratamento pós-colheita desenvolvida por equipe coordenada pelo pesquisador Daniel Terao, da Embrapa Meio Ambiente. Trata-se de uma combinação nos processos que permite o uso de água quente aspergida em temperaturas mais elevadas, seguido do resfriamento em jatos de água fria ozonizada para interromper o processo térmico. As frutas também passam por exposição ultravioleta (UV-C) em doses controladas para cada espécie, variedade frutícola, contaminação, e pelo uso de leveduras específicas e extratos vegetais naturais, com efeito residual, para proteção contra a podridão durante armazenagem prolongada. A combinação dos processos ocorre na esteira e garante o eficiente controle de fungos e patógenos que atacam frutas e causam seu apodrecimento. O novo modelo é considerado opção viável economicamente e segura tecnologicamente para promover a transição de controle da podridão e de microrganismos nocivos à saúde humana, procedimento realizado atualmente à base de fungicidas e agroquímicos, para um sistema que não deixa resíduos nas frutas tratadas. E pode garantir maior participação da produção brasileira no mercado externo, sobretudo o europeu, destino de aproximadamente 70% das frutas exportadas pelo País.•
— por Marcos Alexandre Vicente
Navegue
Embrapa Meio Ambiente
Congresso mundial
Alimentar uma população mundial em crescimento, com recursos e espaços cada vez mais limitados, é um dos maiores desafios do setor agropecuário. Com foco nesse problema, os maiores especialistas do mundo neste tema estarão reunidos em Brasília de 12 a 17 de julho para debater soluções no Congresso Mundial sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (WCCLF). Estão previstas 31 palestras de representantes de universidades, instituições de pesquisa e organismos internacionais dos cinco continentes. Sistemas agrícolas como os que integram a produção de lavoura com pecuária e floresta num mesmo espaço, além de aumentar o volume e a diversidade de produtos do campo, também promovem serviços ambientais importantes, como a acumulação de carbono e a recarga de aquíferos e lençóis freáticos. O evento está organizado em três tópicos – tecnologia, meio ambiente e socioeconomia – e vai gerar um documento final que será enviado à Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP21), agendada para o fim de 2015. O Congresso será realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, e incluirá o 3º Simpósio Internacional sobre Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária. Confira a matéria especial sobre Intensificação sustentável aqui.•
— por Fabio Reynol
Efeito morfina
A Embrapa Recursos Genéicos e Biotecnologia e a Universidade de Brasília (UnB) identificaram fragmentos de proteína (peptídeos) inéditos no café com efeito similar ao da
morfina, por apresentarem atividades analgésica e ansiolítica. A caracterização dessas moléculas faz parte da tese de doutorado do estudante Felipe Vinecky, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Biologia Molecular da Universidade de Brasília (UnB) e na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, sob a coordenação do pesquisador Carlos Bloch Júnior. A identificação dos peptídeos se deu quando Felipe buscava genes de café associados à melhoria da qualidade do produto, como parte de um projeto desenvolvido, em conjunto, pela Embrapa e pelo Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad, sigla em francês). •
— por Fernanda Diniz
Navegue
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Instituto de Ciências Biológicas (UnB)
Acesso ao conhecimento
O portal da Embrapa é o melhor classificado entre as instituições de pesquisa da América Latina, segundo o Ranking Mundial Web de Centros de Pesquisa. O levantamento elaborado pelo Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha (CSIC) mede a qualidade e a relevância da produção de conhecimento disponível para o público em portais de oito mil centros de pesquisa. O objetivo é promover o acesso eletrônico a conteúdo destinado à comunidade acadêmica. No ranking mundial, a Embrapa aparece na 28ª posição, sendo a segunda entre centros de pesquisa agropecuária, atrás do Agriculture Forestry and Fisheries Research Council, do Japão. O ranking utiliza quatro indicadores: visibilidade (número de links externos que apontam para o site); tamanho do site (número de páginas); número de "arquivos ricos" (.pdf, .ps, .doc, .docx, .ppt) disponíveis e relevância, medida pela quantidade de publicações e número de citações no Google Acadêmico, serviço de busca em bases de dados científicas.•
— por Marcos Esteves
Navegue
Ranking web of research centers
Secretaria de Comunicação da Embrapa - Secom
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/