14/07/15 |   Produção animal  Produção vegetal  ILPF

Experiências de sistemas integrados na América e Caribe são temas da segunda Sessão Plenária

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Como os sistemas agroflorestais e silvipastoris vem sendo adotados em alternativa a antigos sistemas de produção não sustentáveis foi o foco das palestras dessa manhã de terça-feira (14) no Congresso Mundial sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Apresentadas, respectivamente, pela representante do CIAT/FAO da Colômbia Aracely Castro e do IICA/Costa Rica Muhammad Ibrahim, algumas conclusões em relação às experiências realizadas na América Central, Latina e Caribe, se convergem para uma mesma conclusão quanto à adoção de sistemas integrados, o aumento da produtividade de modo sustentável.

Aracely Castro, por meio de ação da FAO em Honduras, Nicarágua e El Salvador, mostrou como as regiões montanhosas desses países, até então dependentes de um regime crítico de chuvas e com uma agricultura baseada em sistemas degradantes de corte e queima, foram transformadas com a chegada dos sistemas agroflorestais. Mais do que a adoção da tecnologia, que mostrou resultados rápidos e eficientes em termos de produção e sustentabilidade, ela destacou a importância da percepção dos pequenos agricultores em relação à efetividade do novo sistema produtivo. "Eles adotaram esse sistema, além dos resultados na produtividade, porque entenderam que o comportamento anterior não era sustentável", ressaltou Aracely.

Segundo ela, o trabalho com os sistemas agroflorestais envolve três escalas: a social, que trata da consciência da comunidade local do processo, a técnica, na qual ela acredita ainda ter o que melhorar, e a política, com apoio e investimentos. "Tenho certeza que o agroflorestal é um sistema que pode ser adotado em toda América Central, mas é preciso o engajamento de todos, produtores, da pesquisa e instituições", defendeu.

Em termos de América Latina e Caribe, os resultados com o sistema silvipastorial, abordado na palestra do representante do IICA Muhammad Ibrahim seguem o mesmo caminho e, consequentemente, levam aos mesmo resultados relevantes em termos de produção e preservação ambiental e da biodiversidade. Nos exemplos apresentados pelo palestrante, a necessidade de novos sistemas nessas regiões veio a partir de um uso intenso das terras agrícolas como pastos e a necessidade de melhorar a produtividade de pequenos agricultores dependentes das culturas de milho e feijão.

Com os sistemas silvipastoris, explicou Ibrahim, as regiões beneficiadas tiveram respostas em termo de melhoria da produtividade, conservação dos recursos hídricos e biodiversidade, sendo possível chegar à identificação de 80 espécies de árvores num mesmo sistema. "Além da conservação, foi possível ainda adaptar espécies nativas para usos nos sistemas. Já para se chegar a uma solução para a reutilização dos recursos hídricos, contamos com recursos científicos. Tudo isso em conjunto foi importante para o design do sistema silvipastoril na região".

Rede de Fomento ILPF
Antecedendo a plenária acima, o segundo dia de atividades do Congresso começou com a apresentação do presidente da John Deere, Paulo Herrmann, sobre o tema "Alimentando milhões - como a parceria público-privado pode contribuir para a intensificação sustentável da agropecuária". A Rede de Fomento ILPF foi ponto fundamental na parceria tratada na palestra. Segundo Herrmann, a Rede trata de instituições unidas em torno de uma iniciativa ousada e pioneira para difusão da tecnologia que "tem o objetivo de contaminar a todos com essa que é a terceira grande revolução agrícola nos trópicos".

Num momento onde a demanda por alimento cresce no globo, mas ao mesmo tempo há uma cobrança crescente por uso sustentável dos recursos do Planeta, o palestrante afirmou que "é possível produzir e preservar e temos tecnologias para isso atualmente", ressaltando a importância do ILPF nesse contexto.

A questão defendida por Herrmann gira em torno de prover o produtor, com qualidade e profissionalização, da tecnologia. Ação essa que se volta, em partes, à formação de pessoal. Para ele, é preciso aprimorar o ensino na área, trabalhando um conhecimento multidisciplinar, com uma grade curricular que forme estudantes preparados para lidar com a ideia de sistemas integrados.

Ainda sobre a Rede, Herrmann citou outros objetivos do grupo no que diz respeito à captação de recursos para acelerar a transferência da tecnologia, a identificação de oportunidades, o estímulo ao desenvolvimento de políticas e programas e elaboração de um plano institucional para comunicar o ILPF à sociedade. "Se revolucionária é a tecnologia, revolucionários têm que ser os mecanismos de implementação. Isso é uma jornada, precisamos de força e união porque ainda há muito o que ser trabalhado e o Brasil está despontando nessa revolução que só é possível acontecer nos trópicos".

 

Secretaria de Comunicação da Embrapa - Secom

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