31/07/15 |   Plant production

Seminário destaca importância socioeconômica do inhame no Espírito Santo

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Photo: Nuno Madeira

Nuno Madeira -

A discussão em torno da importância socioeconômica do inhame (Colocasia esculenta) para a agricultura familiar da região foi destaque em evento realizado em São Bento de Urânia, distrito pertencente ao município capixaba de Alfredo Chaves, reunindo no dia 24 de julho último produtores, pesquisadores e técnicos em torno do tema. São Bento de Urânia é o maior polo de produção de inhame no Espírito Santo, com cerca de 1.300 ha, sendo que o estado, por sua vez, detém 3.700 ha, o que lhe confere o título de maior produtor nacional - são 7.000 ha plantados com a hortaliça em todo o País.

O Seminário Nacional de Avaliação Agronômica e Caracterização Morfológica para o Inhame, promovido pela Associação dos Produtores de Inhame São Bento do Espírito Santo (Apisbes), traçou uma panorâmica dos principais elos da cadeia produtiva da hortaliça, a exemplo da produção de mudas, sistemas de produção nos principais estados produtores (ES, MG e RJ), aspectos da comercialização e oportunidades de novos mercados, a partir da indicação geográfica do inhame São Bento.

De acordo com o pesquisador Nuno Madeira, que coordena o trabalho de resgate de hortaliças tradicionais, dentre elas o inhame, no âmbito da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), e que dissertou sobre "A cultura do inhame no Brasil" na palestra de abertura do seminário, a hortaliça é a principal fonte de renda para cerca de 640 famílias da localidade, o que mostra a sua grande dimensão na economia do estado. "O inhame é a hortaliça mais importante do Espírito Santo, ficando à frente, em área cultivada, de outras culturas como o tomate, e que traz reflexos na economia - movimenta em torno de R$ 100 milhões anualmente", atesta Madeira.

Durante o evento foi apresentada a coleção de variedades locais de inhame – com destaque para a variedade local São Bento, identificada em 1989, e apontada como a mais produtiva. Na ocasião, desenvolveu-se um trabalho de caracterização morfológica e avaliação agronômica da coleção de inhames, coordenado pelo pesquisador, com o acompanhamento do professor-pesquisador Valdely Kinupp, autor do livro "Plantas alimentícias não convencionais no Brasil", lançado recentemente.

TERMINOLOGIA

 Outra questão ressaltada pelo pesquisador, e que mereceu espaço nas discussões, diz respeito à terminologia relativa à hortaliça e que vem sendo objeto de polêmica entre os produtores locais e técnicos do todo o País. Segundo ele, a cadeia produtiva da hortaliça no Espírito Santo "fechou a questão" com relação à denominação "taro" que vem sendo imposta aos agricultores. "Carta elaborada pela Apisbes, com o aval das instituições presentes (MAPA, Embrapa, Sebrae, Emater-MG, Emater-RJ e Instituto Federal do Amazonas), valendo como registro documental dos debates ocorridos, a ser encaminhada à Associação Brasileira de Horticultura e ao MAPA, informa que a tradição será mantida e a hortaliça deve continuar a ser chamada de inhame, nome que vem sendo utilizado há pelo menos cinco gerações de agricultores da região, ao mesmo tempo em que sublinha o fato  de o termo não ser utilizado em nenhum lugar do Brasil", assinala Madeira.

Anelise Macedo (MTB 2749/DF)
Embrapa Hortaliças

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