18/04/19 |   Agricultura familiar

Do mato ao prato: pesquisadora ensina agricultores a reaproveitar partes de plantas geralmente descartadas

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Arquivo pessoal

Arquivo pessoal -

A pesquisadora da Embrapa Agrobiologia Lilia Salgado promoveu no dia 29 de março um curso de aproveitamento de recursos orgânicos destinado a pequenos agricultores. A aula foi realizada na Secretaria de Agricultura e Pesca de Itaguaí, tendo como participantes agricultores do município e também de Angra dos Reis e Rio de Janeiro. Ao todo, o curso contou com aproximadamente 15 participantes.

A proposta foi ensinar os agricultores a identificar e preparar alimentos a partir de plantas comumente vistas como mato ou praga, mas que, na verdade, são comestíveis. “A intenção é mudar a visão sobre determinadas plantas, além de evitar o desperdício, prevenir doenças e reduzir o uso de agrotóxicos”, afirma a pesquisadora. Ela também destaca a importância do reaproveitamento de recursos para a geração de renda, a partir da produção de produtos para venda e a participação em feiras e lojas.

Para descobrir quais plantas crescem no quintal dos agricultores, Lilia pediu que eles elaborassem uma lista e, a partir dela, elencou as que podem ser utilizadas em receitas, explicando suas propriedades nutricionais. Uma delas é o caruru (Amaranthus viridis), planta medicinal considerada por muitos como invasora de plantações, mas que pode ser utilizada no preparo de saladas, refogados e chás.

Além dele, Lilia falou sobre o aproveitamento da banana verde para a produção de biomassa integral – com a utilização de toda a banana, inclusive da casca. Para demonstrar o uso desse produto, ela preparou duas receitas: brigadeiro de biomassa de banana verde e pasta salgada de biomassa. A pesquisadora também preparou outro refogado, desta vez utilizando o ‘umbigo’ da bananeira, um ingrediente cujo sabor lembra muito o palmito e que pode ser utilizado no recheio de tortas e salgados. “A prova de que tudo ficou bom é que não sobrou nada”, diz.

A pesquisadora também destacou a oportunidade de trocar experiências e aprendizados com os agricultores. “Uma das produtoras de Itaguaí, por exemplo, nos ensinou a preparar uma geleia de flor de malvavisco (Malvaviscus arboreus)”, conta.

Segundo Lilia, a expectativa é que, a partir de agora, os produtores comecem a cultivar as plantas antes negligenciadas, deixando de eliminá-las de seus quintais e, consequentemente, reduzindo o uso de agrotóxicos que seriam utilizados para isso. A pesquisadora cita ainda a intenção de promover curso semelhante na Embrapa Agrobiologia. “Essa é uma oportunidade de mostrar que saúde significa prevenção e que a prevenção está no prato”, conclui.

Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia

Contatos para a imprensa

Telefone: (21) 3441-1500

Colaboração: Matheus Meireles (estagiário de Jornalismo)
Embrapa Agrobiologia

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Galeria de imagens

Encontre mais notícias sobre:

aproveitamento-de-residuosreaproveitamento-de-alimentos