14/08/15 |   Agricultura familiar  Transferência de Tecnologia

Projeto busca fortalecer a produção de algodão na agricultura familiar do Paraguai

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Foto: Tarcísio Gondim

Tarcísio Gondim - 13 áreas de demonstração e Transferência de Tecnologia foram instaladas em campos experimentais do IPTA, Escolas Agrícolas e áreas de produtores

13 áreas de demonstração e Transferência de Tecnologia foram instaladas em campos experimentais do IPTA, Escolas Agrícolas e áreas de produtores

O algodão já foi uma cultura de grande importância econômica e social para o Paraguai, onde chegou a ocupar uma área de 550 mil hectares, na safra de 1991/1992. Na época, o país era um dos três maiores produtores de algodão da América Latina, ao lado do Brasil e da Argentina. Hoje, a área plantada é de apenas 26 mil hectares e a produtividade de 436 quilos de pluma por hectare, conforme estatísticas da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Entre os fatores responsáveis pelo declínio da cotonicultura no país estão a baixa adoção de tecnologias de produção, que é realizada predominantemente de pequenos produtores, com áreas de aproximadamente dois hectares.

Visando reverter esse quadro, os governos do Brasil e do Paraguai e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), por meio da cooperação Sul-Sul, estão coordenando o projeto de Fortalecimento dos Sistemas de Produção de Algodão na Agricultura Familiar do Paraguai. Iniciado em 2014, o projeto é executado pelo Ministério da Agricultura do Paraguai e suas entidades autárquicas, pela representação da FAO naquele país, pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com recursos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).

Melhoria na qualidade das sementes

Como parte das atividades do projeto seis técnicos paraguaios, especialistas em produção de sementes, participaram de curso sobre produção de sementes certificadas, de 10 a 14 de agosto, na Embrapa Algodão (Campina Grande, PB). A comitiva atua no Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e Sementes (SENAVE) e do Instituto Paraguaio de Tecnologia Agrária (IPTA), entidades ligadas ao Ministério da Agricultura do Paraguai. A programação contou com palestras sobre boas práticas de produção de sementes, certificação, operações pós-colheita, adubos verdes, visitas a campos de produção, banco de sementes, universidades e à Delegacia Federal da Agricultura, vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.

Conforme a consultora do projeto na FAO, América González, o objetivo do treinamento é "elevar a qualidade das sementes ofertadas aos produtores paraguaios".

O pesquisador da Embrapa Algodão e coordenador do treinamento, Vicente de Paula Queiroga, informou que a programação abordou os principais problemas enfrentados pelos produtores paraguaios. "Eles têm problemas de qualidade de sementes, que é muito misturada e, por isso, produzem pouco. Nós mostramos como deve ser feita a inspeção de campo e as boas práticas de produção na pós-colheita para que não haja mistura", disse.

Segundo Queiroga, outra questão importante para aumentar a produtividade do algodão no país é melhorar a fertilidade do solo. "A maioria dos produtores não tem recursos para comprar adubo e fazer a correção do solo, então uma saída seriam os adubos verdes. Nós estamos orientando a incorporar essa matéria prima para melhorar a fertilidade e ter uma resposta satisfatória na produtividade", declarou.

González explica que o próximo passo do projeto é estimular a criação de um banco de sementes para os produtores multiplicarem e terem sempre sementes de adubo verde à disposição. "Faz parte do programa integral da FAO melhorar a fertilidade do solo para que o produtor tenha outros lucros e outras culturas para o próprio consumo", disse a consultora da FAO.

Algodão em sistemas sustentáveis

Em novembro de 2014, 18 técnicos do Paraguai receberam o primeiro treinamento na Embrapa Algodão, em Campina Grande, sobre Tecnologia de Produção de Algodão, com visitas a agricultores familiares produtores de algodão colorido, em Juarez Távora, Paraíba, e visita a área de produção irrigada, em Apodi, no Rio Grande do Norte.

Neste ano, os pesquisadores da Embrapa Algodão, Gilvan Barbosa Ferreira e Tarcísio Gondim, integraram duas missões do projeto no país, onde realizaram treinamentos sobre Boas práticas em sistemas sustentáveis de produção de algodão e cultivos associados na agricultura familiar, nas cidades de Assunção e San Juan Bautista. Cerca de 40 técnicos de instituições vinculadas ao Ministério da Agricultura do Paraguai e da FAO foram capacitados. Entre os temas abordados estão: Perspectivas econômicas do algodão, Guia das melhores práticas agrícolas no algodão, Manejo do algodoeiro - necessidades da cultura, Mecanização da pequena agricultura, Fertilidade do solo, Melhoramento genético e variedades do algodão, Plantas de cobertura para cultivo de algodoeiro, Manejo ervas daninhas, pragas e doenças, Tecnologia de aplicação de defensivos, Sistema de cultivo agroecológico, e Sistema de cultivo adensado.

Áreas de demonstração e Transferência de Tecnologia

Também foram instalados, no ano passado, ensaios com a cultura do algodão em 13 áreas de demonstração e transferência de tecnologia, sendo quatro em campos experimentais do IPTA; três em Escolas Agrícolas; e seis em áreas de produtores, conduzidas pela Direção de Extensão Agrária do Ministério da Agricultura do Paraguai. Até 2018, essas áreas serão supervisionadas por pesquisadores da Embrapa Algodão, que estão realizando missões de acompanhamento e orientação das diversas etapas do ciclo de produção da cultura no país.

 

Edna Santos (MTB-CE 01700)
Embrapa Algodão

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