Embrapa tem representante na Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos
Embrapa tem representante na Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos
A Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês) reuniu especialistas de dezenas de países em Bonn, na Alemanha, entre os dias 11 e 14 de novembro, para dar início ao desenvolvimento do seu segundo Programa de Trabalho, previsto para o período de 2019 a 2022. Inspirada em parte na experiência do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a plataforma foi criada em 2012 com o objetivo de fornecer conhecimento científico para embasar políticas e tomadas de decisão sobre biodiversidade, serviços ecossistêmicos e desenvolvimento sustentável.
Nesta nova etapa da IPBES o Brasil conta com cinco representantes nos grupos de trabalho e forças tarefas de especialistas, entre eles a analista da Embrapa Informática Agropecuária Debora Drucker. Ela foi selecionada a partir da indicação do Departamento de Meio Ambiente do Itamaraty para integrar a frente sobre Dados e Conhecimento, ao lado de representantes de outros 19 países. Sua escolha também foi endossada pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES), iniciativa nacional que apresentou em setembro o 1° Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade & Serviços Ecossistêmicos, do qual Drucker é uma das autoras.
Durante o encontro na Alemanha, foi iniciado o trabalho de elaboração e revisão da política de dados que deverá dar suporte às atividades das outras forças tarefas e das equipes envolvidas com a geração das avaliações e demais produtos da plataforma. O documento deverá ser concluído até o final desse ano, para em seguida ser revisado pelo secretariado da IPBES e então encaminhado para análise do painel multidisciplinar de especialistas e aprovação em plenária, prevista para acontecer em 2020. As demais forças tarefas englobam os temas Capacitação de Profissionais, Conhecimento Indígena e Local, Cenários e Modelos e Ferramentas Políticas e Metodologias.
Além da política de dados, Debora Drucker relata que, entre outros pontos, a força tarefa também discutiu estratégias para tratar lacunas de conhecimento sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos observadas em determinadas áreas ou regiões do planeta, onde ocorre dificuldades de acesso ou ausência de dados e há necessidade de fomento à pesquisa e geração de informações. “Foi considerada ainda a possibilidade de construção de um catálogo de dados geoespaciais e o uso de técnicas de processamento de linguagem natural para subsidiar os diferentes grupos de trabalho e equipes que compõem a plataforma”, conta.
IPBES
A criação da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos teve o envolvimento de quatro agências das Nações Unidas (Unesco, FAO, PNUD e ONU Meio Ambiente) e 134 países membros. O primeiro Programa de Trabalho (2014-2018), aprovado em plenária composta por representantes dos governos, observadores, stakeholders e cientistas, resultou na produção de diagnósticos regionais e globais e relatórios sobre polinização, produção de alimentos, modelagem e cenários, degradação e restauração da biodiversidade.
Um dos resultados de destaque foi o relatório global de avaliação da biodiversidade e serviços ecossistêmicos (The IPBES Global Assessment Report on Biodiversity and Ecosystem Services), lançado neste ano. O documento contem um sumário para os formuladores de políticas e apresenta as mudanças ocorridas nas últimas cinco décadas, como o declínio e vulnerabilidade de espécies de animais e plantas e outras alterações significativas do meio ambiente terrestre e marinho e seus impactos na economia, saúde e segurança alimentar.
Embrapa lança marco referencial
A Embrapa possui um portfólio de projetos de pesquisas em serviços ambientais e lançará, no dia 29 de novembro, no Rio de Janeiro (RJ), o livro Marco Referencial de Serviços Ecossistêmicos (saiba mais aqui). “Todas estas iniciativas representam a oportunidade de estreitarmos ainda mais o trabalho da Embrapa junto à Plataforma Brasileira e também à Plataforma Intergovernamental, a IPBES”, ressalta Debora Drucker, que contribuiu com a publicação.
A obra reúne conhecimentos sobre todos os biomas brasileiros e vai ajudar técnicos, produtores rurais, cientistas e a sociedade em geral a compreender e aplicar os conceitos e termos dessa área, considerando perspectivas com foco na sustentabilidade da agropecuária. O Marco Referencial servirá também como um documento de referência para ações parlamentares e dos poderes executivos na elaboração de políticas públicas. São editores do livro os pesquisadores Rachel Prado (Embrapa Solos), Rodrigo Ferraz (Embrapa Solos), Lucília Parron (Embrapa Florestas) e Mônica Campanha (Embrapa Milho e Sorgo). A publicação já está disponível para download nos formatos PDF e Epub.
Graziella Galinari (MTb 3863/PR)
Embrapa Informática Agropecuária
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