Desta vez a demanda veio da Zona da Mata de Minas Gerais, e Guaraciaba, um dos municípios localizados no Vale do Piranga, sediou o Curso de Produção de Hortaliças, realizado no período de 01 a 03 de setembro último. Promovido pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), o evento teve como foco a formação de multiplicadores, representados por extensionistas da Emater-MG, e também contou com a presença de produtores da região. Viabilizado através de recursos públicos oriundos de emenda parlamentar individual do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), o curso envolveu temas identificados por extensionistas como de interesse dos agricultores do Vale do Piranga. O pesquisador e chefe-adjunto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação ítalo Guedes, que atuou na coordenação juntamente com o agrônomo Ítalo Ludke, da área de Transferência de Tecnologia, e a secretária de Meio Ambiente e Agricultura de Guaraciaba, Iolanda Gonçalves, explica como foi definida a programação. "Nós elencamos, em comum acordo com a secretária de Meio Ambiente e Agricultura, as questões relacionadas à produção de hortaliças apontadas como de grande relevância para o município, a exemplo do cultivo do alho, apresentado pelo pesquisador Francisco Vilela, que discorreu sobre as tecnologias desenvolvidas para o plantio dessa hortaliça, tema bastante explorado pelos extensionistas e produtores, considerando-se a interação havida entre os participantes e o pesquisador", assinala Guedes. Segundo ele, outro ponto realçado foi o cultivo orgânico, que vem atraindo a atenção de alguns produtores que veem a opção como uma alternativa economicamente interessante, devido à proximidade de Guaraciaba com outros centros consumidores maiores como Viçosa e Ponte Nova. Em linhas gerais, diz o pesquisador, foi um curso em grande parte teórico, mas muito voltado para apontar soluções práticas. "Não foi um curso básico de produção de hortaliças, onde as informações são tratadas de maneira mais técnica, como, por exemplo, limitar a exposição sobre os nutrientes apenas à sua composição. Nesse aspecto, procuramos priorizar os conceitos práticos: para que serviam e como era feita a adubação ", observa Guedes, que em sua apresentação discorreu sobre nutrição mineral e cultivo protegido. Outro exemplo citado por ele envolveu os sistemas de irrigação, "onde focamos sobre qual manejo seria mais recomendável, mais eficiente, levando-se em conta o tipo de cultivo, etc." O destaque em todo esse processo, na sua opinião, encontra-se no principal foco desses cursos de capacitação: a disponibilização de informações sobre as mais novas tecnologias para os extensionistas, "verdadeiros protagonistas em suas ações como multiplicadores". PALESTRA Além do curso, Guedes foi convidado a proferir palestra sobre a Embrapa para estudantes do ensino médio do ginásio local. Os alunos assistiram ao vídeo institucional da Embrapa e ouviram do pesquisador informações sobre a profissão de agrônomo, áreas de atuação da pesquisa e oportunidades no mercado de trabalho. "Foi uma experiência bastante interessante: eram cerca de 300 estudantes, prestes a fazer vestibular, com muitos questionamentos sobre agricultura, envolvendo uso de agrotóxicos, perdas pós-colheita, cultivo orgânico, entre outras questões, e, quem sabe, a partir dessa conversa, não surjam novos agrônomos no Brasil?"