13/08/20 |   Agroenergia

BIODIESEL WEEK: Alexandre Alonso destaca missão da Embrapa Agroenergia na abertura da Biodiesel Week

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Sessão de abertura contou com a participação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Questões relacionadas à reforma tributária foram destaque

O biodiesel foi uma das plataformas elencadas no Plano Nacional de Agroenergia (PNA 2006-2011),  que, juntamente com o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), reunia ações estratégicas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para assegurar o aumento da participação de fontes renováveis no Balanço Energético Nacional. O mesmo plano deu origem à Embrapa Agroenergia (veja a matéria de inauguração), que há 14 anos trabalha de forma ininterrupta com a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias para o biodiesel no Brasil. Para comemorar o Dia Internacional do Biodiesel, celebrado em 10 de agosto, a Unidade se juntou à União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) para promover o ciclo de webinars Biodiesel Week

“Nossa missão é levar conhecimento à sociedade brasileira, às empresas e às agroindústrias. Então estamos sempre promovendo e buscando identificar mecanismos para facilitar a transferência de tecnologia para a sociedade”, afirmou Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, na abertura do evento (10/8), destacando a parceria frutífera com a Ubrabio na sua realização.

A sessão de abertura contou com a participação do deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, que destacou a importância do biodiesel para o desenvolvimento sustentável do Brasil e afirmou que a reforma tributária vai organizar as cadeias produtivas e aumentar a competitividade do setor privado. "O sistema tributário tributa a produção, o investimento, a exportação, o que significa que exportamos com menos competividade", disse Maia, propondo a realização de uma reunião de trabalho para discutir melhor a questão. 

Juan Diego Ferrés, presidente da Ubrabio, defendeu a necessidade de o Brasil implantar uma estratégia que resulte em maior agregação de valor à indústria nacional, além de assegurar um cenário de maior previsibilidade aos produtores de biodiesel, num claro apelo ao presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia para aproveitar a reforma tributária e corrigir as distorções na tributação das exportações brasileiras.

De acordo com a Ubrabio, o cenário atua estimula a exportação da soja (cerca de 80% da produção), principal matéria-prima do biocombustível, diminuindo o volume que permanece no Brasil para ser processado e transformado em alimento e energia pela indústria nacional.

"Não temos, na estrutura tributária brasileira, com o seu emaranhado de impostos desordenados, uma política adequada para agregação de valor. Essa estrutura tributária contamina as cadeias de valor, ao beneficiar as matérias-primas nacionais, no momento da sua exportação. Desta forma, ela não é competitiva com valor agregado. Isso faz com que as matérias-primas sejam exportadas a cada dia de forma menos industrializada”, destacou Ferrés, que participou da formulação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel no Brasil.

Dados da Ubrabio mostram que a indústria brasileira do biodiesel produz, atualmente, cerca de 650 mil m3 de biodiesel por mês, o que equivale a 7,8 milhões de m3 por ano. Segundo Ferrés, o segmento leva investimentos para todas as regiões do País, gera aproximadamente 500 mil empregos diretos e indiretos, e envolve cerca de 100 mil agricultores familiares, que recebem apoio técnico e de crédito.

Maia destaca política do RenovaBio

O avanço da implementação da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) foi outro ponto destacado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

“A Câmara dos Deputados tem trabalhado e incentivado o biodiesel. Nós construímos, na legislatura passada, o RenovaBio, que é um projeto que precisa avançar na sua implementação. Nada mais importante do que, no momento que o Brasil vive hoje, a gente poder aprofundar esse debate e a importância que esse tema tem para o nosso futuro”, disse Maia.

O diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski, lembrou que a Embrapa Agroenergia e a Ubrabio estão trabalhando juntas na elegibilidade e rasteabilidade da soja, algo fundamental para a implementação do RenovaBio. 

Logo após a sessão de abertura, foi realizado o webinar “Biodiesel no Brasil e no mundo”. Cerca de 1.200 pessoas acompanharam o primeiro dia de programação da Biodiesel Week. O evento prossegue até sexta-feira, 14 de agosto, com transmissão em tempo real pelo canal da Ubrabio no YouTube

Mediada por Donizete Tokarski, diretor superintendente da Ubrabio, a sessão de abertura contou com as participações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; do diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Dirceu Amorelli; dos deputados federais Jerônimo Goergen (PP/RS), Arnaldo Jardim (Cidadania/SP) e Enrico Misasi (PV/SP); e do chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso.

Biodiesel para transição rumo a uma economia de baixo carbono

O papel do biodiesel na transição para uma economia de baixo carbono e as perspectivas brasileiras dentro desse cenário, além da experiência dos Estados Unidos e da Indonésia, foram os temas apresentados no webinar "Biodiesel no Brasil e no Mundo", realizado da manhã do dia 10 de agosto e inaugurando série de webinars "Biodiesel Week". 

O diplomata Renato Godinho, chefe da Divisão de Recursos Energéticos Novos e Renováveis do Ministério das Relações Exteriores (MRE), discorreu sobre a transição energética para uma economia de baixo carbono, a contribuição do biodiesel nesse processo e como o Brasil poderá ser protagonista nessa questão. "Entre as economias mundiais, o Brasil está muito à frente dos outros países nesse processo, já que aproximadamente 50% de sua matriz energética é de natureza renovável, sendo que a média mundial está abaixo de 15%", explicou. 

Panorama Mundial 

O diretor-geral da Evonik na Argentina e presidente da empresa no Chile, Marcos Salgueiro, atribuiu o crescimento sustentável do biodiesel no mundo a três fatores: presença dos reursos naturais; comprometimento do estado com a indústria do biodiesel e existência de uma estratégia local clara e definida na indústria. A Evonik fornece insumos para a produção de biocombustíveis.

Segundo Salgueiro, o mercado de biodiesel continua sendo extremamente atrativo no mundo inteiro. "Desde 2007 o segmento vem registrando um crescimento médio anual de quase 10% e produção e consumo no mundo. Para o futuro, esse crescimento deverá ser de pelo menos mais 5% a cada ano, principalmente na América do Sul, Sudeste asiático e Estados Unidos", disse o executivo. 

Sobre a geração de valor agregado dentro do país, Salgueiro citou o exemplo da Argentina, que faz o crushing (esmagamento) da soja no próprio país e exporta o farelo ao invés da soja em grão. 

Panomorama nos EUA e Indonésia

Representantes dos Estados Unidos e Indonésia, respectivamente o primeiro e o segundo maiores produtores de biodiesel no mundo, seguidos pelo Brasil, participaram da Biodiesel Week por meio de vídeo. O primeiro a falar foi Don Scott, diretor de Sustentabilidade do Conselho Nacional de Biodiesel dos Estados Unidos (NBB, sigla em inglês). Ele ressaltou a importância de entender a origem do programa de biodiesel para compreender o futuro do uso desse biocombustível. Nesse sentido, destacou que instituições como o NBB, em seu país, e a Ubrabio, no Brasil, são fundamentais para colaborar com a pesquisa e com a política de desenvolvimento industrial.

Em seguida, o diretor de Energias Renováveis do Ministério de Energia e Recursos Naturais da Indonésia, F. X. Sutijastoto, apresentou o compromisso do país em reduzir em 29% as emissões de gases do efeito estufa até 2030, com um alvo intermediário de 23% até 2030. Ele afirmou que um dos grandes propulsores para o desenvolvimento do biodiesel na Indonésia foi o déficit na balança comercial devido à importação de combustíveis fósseis. "Para tentar reverter essa situação, investimos no biodiesel à base do óleo de palma e, em 2019, produzimos 42,8 milhões de toneladas de óleo de palma bruto", afirmou. 

Todas as palestras estão disponíveis no canal da Ubrabio no YouTube. Para acessar, clique aqui.

Irene Santana (Mtb 11.354/DF)
Embrapa Agroenergia

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