16/09/20 |   Gestão Estratégica

Mentalidade de gestão de riscos é nova estratégia da Embrapa Meio Ambiente

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Com vistas a atender aos requisitos da Norma ABNT NBR ISO 9001:2015, pela qual a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) é certificada, um grupo de trabalho foi criado para traçar estratégias de melhoria na gestão de riscos dos processos da Unidade de Pesquisa.

Deste trabalho em equipe surgiu o “Mapeamento das oportunidades e ameaças em processos organizacionais da Embrapa Meio Ambiente”, descrito na publicação que apresenta a estratégia adotada para implantar esta mentalidade de gestão de risco nos processos internos.

Segundo os autores, a utilização de ferramentas da qualidade relativamente simples e de conhecimento público, permitiu associar cada risco priorizado ao seu processo de origem, à sua categoria, à frequência que é percebido dentro dos processos e à sua intensidade (prioridade), o que demonstrou a validade desse processo e justificou sua realização no âmbito da Unidade.

A analista que coordenou a equipe, Margarete Crippa, conta que “um das etapas desta estratégia foi o estabelecimento um processo formal de gestão de riscos, que considerou a elaboração de documentos orientadores, modelos de registros adequados, além de práticas para a participação da comunidade interna, resultando em um mapeamento participativo dos riscos, também considerados como oportunidades e ameaças”.

Além disso, Margarete diz que “as equipes responsáveis pelos processos e as demais partes interessadas participaram desde o início, visando ao alcance de resultados melhores do que aqueles baseados somente na experiência das equipes individuais de cada processo”.

Inicialmente, cinco grandes processos da gestão da Unidade foram priorizados pela chefia para este mapeamento: 1) Realização do Produto; 2) Gestão da Infraestrutura; 3) Negócios/Inovação; 4) Compras e 5) Gestão de Competências. Em seguida, voluntariamente, as equipes de outros dois processos foram incorporados ao trabalho no seu decorrer: Setor de Campos Experimentais (SCE) e Coordenação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).

Em seguida, foram preparadas as oficinas para a identificação de oportunidades e ameaças em cada um desses processos. Para tanto, foram precedidas de uma contextualização de cada setor envolvido no processo em questão e considerou a maior participação possível das partes interessadas.

Margarete explica ainda que na etapa de priorização foram utilizadas a Matriz Gravidade, Urgência e Tendência (GUT) e o Método de Análise Hierárquica - AHP (sigla em inglês para Analytic Hierarchy Process). Este último, adaptado à realidade da Embrapa via ações do projeto especial "Integração Estratégica Orientada a Impactos" (Focus). Além de considerar os requisitos da política da Embrapa de gestão de riscos, integridade, conformidade e controles internos”, salienta.
 
De acordo com o analista Sandro Pereira, um dos autores da publicação, como resultado do trabalho, “a gestão de riscos operacionais foi tratada em sete dos oito grupos, superando a meta de 80% estabelecida pela gestão da Embrapa Meio Ambiente para este primeiro ano da implantação da mentalidade de gestão de risco. Os riscos percebidos como de maior impacto foram os relativos a recursos financeiros, mão de obra e burocracia, tendo origem, em sua maioria, no ambiente da própria Embrapa”, frisa ele.

Os ganhos diferenciais desta atividade foram, primeiro a identificação dos riscos e oportunidades em oficinas presenciais com a classificação e a priorização em ambiente virtual, e em seguida, a adoção do AHP na priorização dos riscos, sem acréscimo de tempo no processo, quando comparado ao método tradicional. Tradicionalmente, todas as etapas seriam realizadas em oficinas presenciais, o que demandaria um período de 4 a 8 horas para cada um dos processos escolhidos. Da forma como foi realizado, cabe salientar que “foram necessários apenas encontros de curta duração. Isso otimizou as ações da coordenação do SGQ e permitiu a realização desta atividade em harmonia com as demais atividades da Unidade”, diz Pereira.

Complementando, os autores enfatizam que “de forma mais institucional, este trabalho teve como resultado um método simples, claro e efetivo para a identificação de riscos nos seus processos”. De acordo com eles, este método poderia ser utilizado como uma alternativa, ou complemento, ao planejamento com cenários para identificar, priorizar e planejar a agenda estratégica da Embrapa Meio Ambiente.

Esta iniciativa, com o título “Mapeamento de riscos em processos organizacionais” ficou na 27ª posição dentre as 279 inscrições válidas na 24ª edição do Concurso Inovação no Setor Público, lançada em maio de 2020 pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Margarete considera muito estimuladora a posição em que a Unidade se classificou e enfatiza que um dos comentários na avaliação diz que "a iniciativa aumenta a capacidade da administração pública em inovar e pode ser usada em toda a administração".

Sistema de Gestão da Qualidade

A gestão da Embrapa Meio Ambiente atende aos requisitos da norma internacional ABNT NBR ISO 9001:2015 − Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), na qual está certificada desde 2005 sob o escopo “Pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologia na interface agricultura e meio ambiente”. O sistema abrange todos os processos da Unidade de Pesquisa. Ele é operacionalizado pela coordenação do SGQ e está sob a responsabilidade direta da equipe de liderança do Sistema, que é composta pela chefia da Unidade e pelos supervisores, auditores internos e gestores operacionais dos laboratórios.

Melhoria da qualidade nos processos e maior conscientização dos empregados em relação à padronização dos serviços e produtos oferecidos é um dos principais benefícios (ou vantagens) que um SGQ traz para uma organização. Destaca-se, também, a melhoria na cultura organizacional e a influência positiva nos demais processos internos de gestão.

Os benefícios citados, como por exemplo, a facilidade para coletar as informações de desempenho da Unidade solicitadas pela Embrapa, a organização das informações dos laboratórios e a prática da pesquisa de satisfação dos clientes são percebidos na gestão da Embrapa Meio Ambiente, uma instituição pública de ciência e tecnologia (ICT) com foco em pesquisa agropecuária.

O documento atende ao objetivo do desenvolvimento sustentável (ODS) 12: "Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis". Item 12.6: "Incentivar as empresas, especialmente as empresas grandes e transnacionais, a adotar práticas sustentáveis e a integrar informações de sustentabilidade em seu ciclo de relatórios".

O Documentos 123 está disponível aqui.

 

Eliana Lima (MTb 22.047/SP)
Embrapa Meio Ambiente

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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