12/11/21 |   Gestão Estratégica

Aprimoramento da gestão em PD&I na Embrapa gera documento inovador

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As informações podem servir de inspiração para o aprimoramento da gestão de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Embrapa e como modelo para outras instituições

A gestão de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), no período de 2016 a 2020, foi marcada por uma série de novos processos e melhorias. A implementação dos processos ocorreu em diferentes datas ao longo do período considerado e envolveu diversas áreas e setores da Unidade.

Com o objetivo de identificar as principais mudanças no processo de gestão de PD&I e seus impactos em ganhos de eficiência e efetividade, a Unidade de Pesquisa editou e publicou em novembro de 2021 um estudo de caso da evolução deste processo de gestão no referido período, baseado em relatos de experiências, análises de dados corporativos da Empresa e consultas a partes interessadas. A importância deste documento baseia-se, segundo os autores, no compartilhamento desta experiência, a qual permitirá que as informações apresentadas sirvam de inspiração para o aprimoramento da gestão de PD&I na Embrapa e como modelo para outras instituições de PD&I.

De acordo com o analista e secretário-executivo do Comitê Técnico Interno (CTI), Renan Milagres Lage Novaes, primeiro autor da publicação, em cuja monografia de conclusão de seu MBA em Gestão de Projetos pela Esalq / USP o trabalho foi baseado, um número significativo de melhorias e novos processos de gestão de PD&I foi observado no período, com a utilização de ferramentas e arcabouços teóricos de gestão de projetos nesta área.

No Documentos 133 são apresentados 22 processos, com maior detalhamento de três deles, cujas melhorias foram viabilizadas por meio de metodologias estruturadas de análise: realização de análise hierárquica (AHP) para seleção e aplicação dos critérios para análise de projetos de PD&I; realização pelo Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) junto ao Comitê Técnico Interno (CTI) de análise de riscos e oportunidades, por meio da matriz SWOT, GUT, AHP e 5W2H e; otimização de fluxo de análise de contratos de PD&I com parceiros externos.

Novaes informa que os 22 processos melhorados ou implementados abrangem os mais diversos níveis e aspectos da gestão de PD&I. “Algumas das melhorias foram implementadas em processos de nível estratégico e com alto impacto em todo o funcionamento da Empresa. Exemplos são a própria definição do planejamento estratégico da Unidade; a viabilização e priorização de parcerias externas; o aprimoramento dos critérios de avaliação do desempenho individual dos pesquisadores; e o aprimoramento dos fluxos para comprovação de alcance de resultados”, explica ele. “Estas mudanças impactam diretamente na atuação de todo o corpo técnico da Empresa e na forma como a instituição busca alcançar sua missão, com alto potencial de impacto em seus resultados”, enfatiza.

Novaes informa que os processos foram melhorados e implementados também em níveis tático e operacional. “A comunidade interna, em especial os empregados com atuação direta em PD&I, apresentava forte demanda por redução de burocracias e aumento de transparência e participação no processo de gestão de PD&I. Diversas melhorias foram implementadas para atender essas demandas, com destaques para a implementação da Secretaria de Apoio à Pesquisa (SAP), com atuação análoga a um escritório de projetos; a simplificação de diversos fluxos e documentos associados ao CTI; o aumento da transparência e a rastreabilidade de diversos processos”.

Segundo Novaes, para a realização do trabalho, diversas fontes de informações corporativas foram consultadas, a saber: avaliação de desempenho institucional da Embrapa; sistemas de indicadores internos da Embrapa Meio Ambiente; atas de reuniões e relatórios anuais do CTI e do Setor de Prospecção e Avaliação de Tecnologias (SPAT); bem como o conjunto de dados geridos pelo Núcleo de Desenvolvimento Institucional (NDI) e pelo Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) da Embrapa Meio Ambiente. Consultas e entrevistas não estruturadas foram feitas junto à chefia e aos gestores da Unidade de Pesquisa e responsáveis pelos núcleos e setores acima citados. Além disso, ações de benchmarking foram feitas junto à Sede e a outras Unidades descentralizadas da Empresa. Finalmente, a atuação do primeiro autor do documento em um desses cargos de gestão (secretário-executivo do CTI) serviu também de fonte de informações. 

Aprimoramento de processos

A constante evolução na gestão de PD&I da Embrapa permite melhorar os processos no atendimento às exigências da sociedade, bem como aprimorar modelos e ferramentas de gestão, em alinhamento às críticas internas, para resultar em maior eficiência e efetividade.

O chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Meio Ambiente e também um dos autores do trabalho, Rodrigo Mendes, diz que “as melhorias em processos de gestão tiveram como base o foco em inovação e a melhoria no desempenho nestes dois aspectos: eficiência e efetividade, e trouxeram impactos positivos nos indicadores de desempenho. Nos resultados e impactos de PD&I foi observada melhoria significativa em todos os indicadores, com destaque para o número de citações e para o impacto econômico das tecnologias da Unidade. Segundo ele, “esses dois indicadores representam a utilização pela sociedade do conhecimento gerado na Unidade e podem ser considerados como proxies de inovação e de impacto e, portanto, de efetividade do processo de PD&I”, enfatiza.

Os impactos econômicos são avaliados por metodologia estruturada e publicados no Balanço Social da Embrapa anualmente. “Tais resultados são indicadores de efetividade da Empresa. Os resultados da Unidade demonstram incremento contínuo do impacto econômico desde 2016, porém com expressivo ganho entre 2019 e 2020, correspondente a um salto superior a 50 vezes. Esse salto ocorreu pelo esforço empreendido no Centro de Pesquisa para a disponibilização de novas tecnologias em 2019, em especial da RenovaCalc e de sua avaliação inédita em 2020”, salienta a chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia, Ana Paula Packer.

Paula informa que foi observado também um incremento nos níveis de satisfação da comunidade interna com a gestão e na avalição de desempenho institucional e aumentos significativos na produção técnico-científica. “O número de citações e downloads de publicações tiveram aumento de 140% e 35%, respectivamente. O impacto econômico estimado de tecnologias da Unidade de Pesquisa aumentou em mais de 100 vezes”, diz. Deste modo, o aprimoramento contínuo dos processos com base nas melhores práticas de gestão de projetos de PD&I é recomendado, dado seus efeitos positivos nos aspectos observados. 

De acordo com Paula, “como os resultados de PD&I são obtidos em horizontes de tempos médios entre três e cinco anos, parte dos efeitos relacionadas às melhorias contínuas no período de 2016 a 2020, possivelmente, ainda não foram observados. Desta forma, há expectativa de evolução maior de alguns dos índices de desempenho nos anos futuros”, sinaliza.

Embrapa Meio Ambiente

A Embrapa Meio Ambiente é uma das 43 Unidades Descentralizadas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A Empresa tem uma longa tradição de gestão de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e busca melhoria contínua desta gestão. 

Em dezembro de 2015, a Unidade em Jaguariúna passou por uma renovação em seu corpo gerencial, com a posse de novos gestores, inclusive nas instâncias específicas de PD&I. Esta nova gestão propôs, dentre seus objetivos, a melhoria da eficiência e efetividade no processo de PD&I. Para isso diversas medidas foram propostas, como a busca por uma maior organização, agilidade e transversalidade do processo, pelo aumento da produtividade de P&D, pela redução da carga operacional associada à P&D, pelo aumento da transparência, participação das equipes e, principalmente, incremento da relevância e impacto das entregas da Unidade. A adoção de estratégias adaptativas e ferramentas de gestão de projetos de PD&I foi identificada como de grande potencial para contribuir no alcance destes objetivos. 

“Os resultados demonstram que os objetivos estabelecidos pela nova gestão da Embrapa Meio Ambiente foram alcançados em bom grau, e traduzidos em ganhos de organização, transparência, agilidade, transversalidade, operacionalização (redução de tempo e esforço), comunicação, participação da comunidade interna, conteúdo das pesquisas e impacto dos resultados”, frisa Rodrigo.

A continuidade na avaliação dos processos e a análise crítica dos indicadores, pela busca de melhorias na gestão dos projetos de PD&I é a recomendação para guiar a governança da Unidade com foco na atividade fim da Empresa. “É crucial também a rápida detecção de eventuais necessidades de ação e ajustes, bem como a troca de experiências positivas com a sede da Embrapa, com outras Unidades e instituições, agregando possibilidades para melhorias e ajustes”.

Os autores enfatizam que “considerando o caráter de estudo de caso do presente trabalho, ressalta-se que os resultados podem variar se ações semelhantes forem implementadas em diferentes instituições e momentos”. 

A publicação tem relação com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 16) – “Paz, Justiça e Instituições Eficazes”, vinculado à meta 16.6 (Desenvolver instituições eficazes, responsáveis e transparentes em todos os níveis), ao contribuir para maior fortalecimento, eficácia e transparência da Embrapa. 

Os autores, entre analistas e pesquisadores, são Renan Milagres Lage Novaes; Luis Gustavo Baricelo; Alvaro Vieira Spínola e Castro; Ana Maria Fornazin Gutzlaff; Ana Paula Contador Packer; Cristiano Alberto de Andrade; Katia de Lima Nechet; Maria Cristina Martins Cruz; Margarete Esteves Nunes Crippa; Marcelo Augusto Boechat Morandi; Nilce Chaves Gattaz; Rodrigo Mendes; e Sandro Eduardo Marschhausen Pereira.

O trabalho Gestão de projetos de PD&I na Embrapa Meio Ambiente: aprimoramentos para ganhos de eficiência e efetividade podem ser encontrados aqui.

Eliana Lima (MTb 22.047/SP)
Embrapa Meio Ambiente

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