Apresentar e promover a troca de experiências de resultados de pesquisa, desenvolvimento e inovação em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no Brasil e no mundo, foi um dos objetivos do evento que encerrou os trabalhos na tarde desta quarta-feira, dia 5 de maio. Para a organização, os objetivos foram atingidos com sucesso, superando, inclusive, a expectativa do número de participantes que somou mais de 1.300 inscritos de 17 países, incluindo o Brasil com representantes de todos os estados e o Distrito Federal. Mais de duzentos trabalhos científicos recebidos, 167 aceitos e 156 apresentados em forma de pôsteres. A palestra que encerrou os trabalhos foi proferida pelo coordenador da Comissão Científica do Congresso, Roberto Giolo, pesquisador da Embrapa Gado de Corte que lidera projetos nos temas de ILPF e gases de efeito estufa na pecuária. Ele acompanhou todas as apresentações e fez um resumo de cada um dos sete painéis. Destacou vários pontos, dentre eles, apresentado pelo presidente da Embrapa, Celso Moretti, o que diz respeito à recuperação e incorporação das áreas de pastagens degradadas para o processo produtivo, o que foi recorrente durante as apresentações. Giolo salientou a potencialidade e a importância dessas áreas, apesar da condição de degradação ou de subutilização, para aumentar a produção de alimentos no sequestro de carbono. A preocupação com o empobrecimento do solo e o manejo inadequado foi outro ponto destacado pelo pesquisador. Para ele, bem como para o palestrante Rattan Lal, a opção é manejar adequadamente essas áreas e a melhor opção é o sistema de integração. Outra questão que chamou a atenção do coordenador durante as apresentações, foi a citação de alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 e que compõem uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030. Das 17 ODS, o economista pecuário Ernesto Reyes, focou em quatro ligadas à pobreza, diminuição da fome etc. “São desafios enormes e a ILPF está sendo vista como uma forte ferramenta para superar esses desafios e também melhorar a responsabilidade na produção e no consumo de alimentos”. Giolo fez muitos outros destaques, como por exemplo, do uso de sistemas de integração em diversos países que registram aumento de áreas com agrofloresta na Europa e de mudanças políticas de incentivo em outras regiões. Destacou também a apresentação da plataforma de baixo carbono da Embrapa que já desenvolveu as marcas conceito Carne Carbono Neutro (CCN) e em andamento a Carne Baixo Carbono (CBC) relacionadas a sistemas de produção com integração, além de trabalhos da integração com gado de leite que mostrou aumento na produção e na reprodução de vacas, custos da ILPF, desafios da rede ILPF de o Brasil implementar em nove anos, mais 13 milhões de hectares com sistemas de integração, entre outros. Para o pesquisador, um diferencial desse Congresso foi a participação de um bloco com produtores. “Eles tiveram a oportunidade de falar sobre análise de risco e de contar suas experiências. Um com pecuária, outro que tem mais afeição pelo componente florestal e outro com agricultura. Mostraram a importância da diversificação e da assistência técnica”. O pesquisador também fez questão de registrar as três startups vencedoras que participaram do ILPF Conecta, são elas: Ecotrace, JetBov e Krilltech Nanotecnologia Agro. Da mesma forma, ele anunciou os 10 melhores trabalhos apresentados sob a forma de pôsteres, e que no mês de junho disponibilizará estes e outros materiais nos anais do congresso. Depois de sua análise e destaques finalizou sua apresentação com agradecimentos dirigidos aos palestrantes de 21 instituições e sete Centros da Embrapa, sete moderadores de instituições e três da Embrapa e a todos que trabalharam na organização do evento. A cerimônia de encerramento ficou a cargo de Lucimara Chiari, secretária executiva da Comissão Organizadora do evento, que externou sua satisfação em representar a Comissão neste ato. “Falamos de ILPF porque o século XXI traz grandes desafios para o agro, as mudanças climáticas, a questão da sustentabilidade, da biodiversidade, da descarbonização do sistema de produção, melhor uso dos sistemas naturais, enfim, são vários desafios. E os sistemas integrados são excelentes alternativas para superação desses desafios e para a produção sustentável. Sem dúvida nenhuma, a gente mostra que o Brasil está no topo do ranking dos países que produzem de forma sustentável e tem a ciência como base da sua agricultura”. Em seguida, Chiari enalteceu a presença dos congressistas e agradeceu a todos que contribuíram para a realização do evento. “Espero que tenham gostado e aproveitado muito esses dois dias”. O evento foi realizado pela Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Rede ILPF, Semagro MS, Famasul MS e Fbeventos. Serviço WCCLF 2021 – De 4 a 5 maio de 2021, www.wcclf2021.com.br