Nos dias 8 e 9 de junho, aconteceu o Internacional FoodTech Fórum com foco na discussão sobre inovação na cadeia de alimentos. O evento on-line foi organizado pelo FoodTech Hub Brasil, que tem a Embrapa como uma das instituições parceiras, e reúne empresas, universidades e institutos de pesquisa, startups que atuam em tecnologia de alimentos, órgãos governamentais e não governamentais, entre outros, com a finalidade de fomentar a inovação nos sistemas alimentares por meio de investimentos em foodtechs e inovação aberta. A pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro), Marilia Nuti, participou da abertura do evento sobre o tema “Futuro da nutrição: tendências e desafios regulatórios, valor nutricional e tendências de consumo”. Ela chamou a atenção quanto à importância da agricultura para a nutrição e sustentabilidade do planeta citando, como exemplo, as smart crops, que são cultivos resilientes a mudanças climáticas e mais nutritivos. “Esses cultivos são citados no último livro do Bill Gates e, tanto a Embrapa como o Consultative Group on International Agricultural Research [CGIAR], estão desenvolvendo pesquisas na área”. No segundo dia do evento, organizado como uma ação preparatória à reunião de Cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Sistemas Alimentares, que será realizada este ano, Marilia participou do Action Track 01 sobre Segurança Alimentar e Nutricional, onde falou do trabalho da Rede BioFort no Brasil e citou casos de sucesso na Colômbia e Guatemala, que já adotam a biofortificação como uma política de segurança alimentar. “A participação no Fórum foi extremadamente importante para contatar novos parceiros como, por exemplo, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural [Senar], que vai conversar conosco sobre possível parceria para treinamento de agricultores na utilização de cultivos biofortificados”, diz a pesquisadora. A chefe-geral da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Lourdes Cabral, também participou do Action Track 01. “A discussão foi harmônica e convergiu para questões de sustentabilidade dos sistemas alimentares, perdas na cadeia de valor, desperdício de alimentos, biofortificação e acesso a alimentos de qualidade tanto intrínseca quanto extrínseca”, acrescenta. No estande virtual da Embrapa no evento, foram apresentadas tecnologias para transferência em ações de inovação aberta relacionadas a diferentes setores como produtos plant-based (à base de plantas), embalagens e aumento de vida útil de frutas. Além disso, um vídeo do chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Fernando Samary, mostrou possibilidades para parcerias nas linhas de pesquisa de interesse da Embrapa Agroindústria de Alimentos e do FoodTech Hub. Embrapa e FoodTech Hub O pesquisador da Embrapa, Amauri Rosenthal, que atuará como coordenador do Comitê de Inovação do FoodTech Hub, explica que a participação da Embrapa em diferentes painéis do evento e no ecossistema representado pelo FoodTech Hub é estratégica. “De modo a alavancar parcerias em inovação aberta com o setor privado, bem como para atuar como agente relevante para alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU, a partir de sistemas sustentáveis de produção de alimentos nutritivos e saudáveis, que garantam segurança e acesso a alimentos para toda a população”, afirma. Segundo o idealizador do FoodTech Hub Brasil, Paulo Silveira, a busca por dietas mais nutritivas e uma produção de alimentos cada vez mais sustentável e a garantia da segurança alimentar, acelera a discussão de transformação nos sistemas alimentares com uma produção que preserve a biodiversidade e o meio ambiente, ao mesmo tempo que promova a saúde e o bem-estar. “A indústria de alimentos exerce um papel fundamental na transformação e no suprimento de alimentos nutritivos à sociedade”, disse acrescentando que “a participação da Embrapa foi fundamental no evento, tanto no estande virtual quanto na apresentação de projetos”.