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Sustentabilidade e descarbonização estão na agenda da nova gestão da Embrapa Pecuária Sudeste

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Foto: Gisele Rosso

Gisele Rosso - Pesquisador Alexandre Berndt

Pesquisador Alexandre Berndt

Alexandre Berndt, novo chefe-geral, assume Embrapa Pecuária Sudeste nesta quarta-feira, 1º de setembro

Com o desafio de desenvolver novas pesquisas e ampliar os trabalhos na área de sustentabilidade e descarbonização da pecuária, o pesquisador Alexandre Berndt assume, nesta quarta-feira, 1° de setembro, a gestão da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP). A solenidade de posse está marcada para 20 de outubro, em cerimônia virtual transmitida pelo canal da Embrapa no YouTube.

Berndt substitui o pesquisador Rui Machado, que ocupa o cargo de chefe-geral desde janeiro de 2014. O mandato terá duração de dois anos, prorrogável por duas vezes. Os temas da nova administração devem seguir o que está em foco no país e no mundo. “A Embrapa Pecuária Sudeste já vem forte na intensificação sustentável e em trabalhos na área de mudanças climáticas e descarbonização”, ressalta o novo chefe-geral.

De acordo com ele, a publicação do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em agosto, deu muito destaque para o metano, um gás de vida curta. “Se conseguirmos reduzir a emissão do metano, o impacto sobre o aquecimento global será mais rápido. Ele tem uma vida de 10 a 20 anos, enquanto o CO2, 100 anos”, explica.

Ainda, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), programada para novembro deste ano na cidade de Glasgow, Escócia, vai discutir o mercado do crédito de carbono. “Provavelmente vai colocar um valor bem competitivo, no sentido de ser interessante para o produtor rural adotar práticas sustentáveis. Hoje o carbono está em torno de 5, 10 dólares, mas a expectativa é que ele possa chegar a 100 dólares. Então, passa a ser um estímulo a mais para práticas sustentáveis e que removam carbono. Assim, tanto a redução de metano como o crédito de carbono são temas fortes e que devemos trabalhar neste e nos próximos anos”, conta.

 

Nova linha

Berndt reforça que a pandemia ensinou a todos a estarem preparados para situações extremas. “Com esse aprendizado, a questão de uma grande crise sanitária animal nos preocupa bastante. Temos visto a febre suína chegando em alguns países da América do Sul e isso é uma ameaça à nossa produção. Então, podemos fortalecer a nossa estrutura de diagnóstico para análise de doenças da cadeia animal, não só de bovinos, mas de suínos, aves, peixes”, afirma.

A Embrapa Pecuária Sudeste tem estrutura para o desenvolvimento de vacinas, testes e Berndt pensa em reforçar essa área. Conforme ele, seria uma nova linha, já que o centro de pesquisa tem uma equipe forte de sanidade e laboratórios equipados.

 

Proteína alternativa

Outra discussão importante é sobre a carne vegetal. Para ele, deve haver coexistência entre a proteína vegetal e a animal. “Como cientista, acredito na ciência. Então, vamos sempre melhorar a qualidade desses produtos alternativos, assim como sempre vamos buscar melhorar a produção convencional”, diz.

Para o pesquisador, é preciso conhecer e pesquisar. A Embrapa Pecuária Sudeste já colabora em projeto com o The Good Food Institute, que atua nessa área, além de pesquisadores interessados em estudar proteínas alternativas.

 

Chefia Adjunta

Os atuais chefes adjuntos de Transferência de Tecnologia, André Novo, e de Administração, Marco Aurélio Bergamaschi, vão permanecer na gestão. A pesquisadora Cíntia Marcondes será a nova chefe de Pesquisa & Desenvolvimento.

 

Trajetória

O pesquisador Alexandre Berndt ocupou a chefia de Pesquisa & Desenvolvimento desde 2014. Berndt participa do grupo de trabalho sobre metano entérico da Livestock Environmental Assessment and Performance Partnership (LEAP) da FAO. Além disso, integra o Comitê Técnico do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para elaboração do Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa. Ainda, é revisor de relatório do IPCC e Banco Mundial.

Ele é engenheiro agrônomo, formado pela ESALQ/USP, tem mestrado em Ciência Animal e Pastagens e doutorado em Ecologia de Agroecossistemas. Atua com foco em sistemas de produção de carne e leite de baixo carbono.

 

Gisele Rosso (Mtb 3091/PR)
Embrapa Pecuária Sudeste

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