Pesquisador revela como o Brasil pretende reduzir as emissões de GEE na agricultura
28/10/15
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Mudanças climáticas
Pesquisador revela como o Brasil pretende reduzir as emissões de GEE na agricultura
Foto: Ana Lucia Ferreira
Renato Rodrigues, autor da palestra Solo: vilão ou mocinho da mudança do clima?
Segundo estimativas da ONU, a produção de alimentos precisa crescer 70% até 2050 para suprir as necessidades de toda a população mundial. Mas como produzir mais sem aumentar as emissões de gases de efeito estufa (GEE)? Na palestra Solo: vilão ou mocinho da mudança do clima?, no segundo dia da Semana Científica Johanna Döbereiner, realizada na Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), o pesquisador Renato Rodrigues, da Embrapa Solos, apresentou os números que fazem do Brasil o país que mais reduziu as emissões de GEE entre 2005 e 2010. "Mas será que só tecnologias e políticas públicas resolvem o problema?", provocou Rodrigues.
O pesquisador mostrou que o bom desempenho do Brasil no últimos anos ocorreu principalmente devido à redução no desmatamento. Mas Rodrigues, que é um dos representantes do Brasil no IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima criado pela ONU, explica que o desmatamento zero é praticamente impossível e, por conta disso, o País trabalha com a meta de desmatamento ilegal zero.
Em sua opinião, as estratégias adotadas por meio do Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC) vêm dando bons resultados. No entanto, esses dados ainda não estão totalmente refletidos no inventário nacional das emissões de gases. Rodrigues revelou que será criada uma plataforma até 2020 que reunirá todas as informações dos projetos que integram os programas do Plano ABC (Sistema Plantio Direto, Fixação Biológica de Nitrogênio, Florestas Plantadas, Tratamento de Dejetos Animais e Adaptação às Mudanças Climáticas).
O especialista afirmou que o solo tem um papel muito importante nas emissões da agricultura. Mas, segundo ele, o mesmo solo pode até contribuir para a redução das emissões de GEE. "Quando bem manejados, os solos possuem alta capacidade de assimilar carbono e podem até mesmo consumir metano e óxido nitroso da atmosfera, contribuindo para a redução do efeito estufa", explicou.
Pesquisas na Embrapa
De acordo com Rodrigues, a Embrapa tem 400 pesquisadores atuando de alguma maneira no tema "mudanças do clima". São mais de cem projetos finalizados recentemente ou em andamento. O grande desafio, agora, é o monitoramento desses dados. "É óbvio que é preciso fazer isso no campo, nas propriedades. Mas temos que ver como esses dados serão repassados para o formador de opinião", disse.
Ana Lucia Ferreira (MTb 16913/RJ)
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