Publicação aborda metodologia para a caracterização ambiental e genética de populações de araucária
Publicação aborda metodologia para a caracterização ambiental e genética de populações de araucária
A Embrapa Florestas disponibilizou, em seu portal, a publicação intitulada “Metodologia para a caracterização ambiental e genética de populações de araucária para sua conservação e uso sustentável”. Segundo Marcos Wrege, pesquisador da Embrapa Florestas e um dos autores, foi desenvolvida uma metodologia multidisciplinar, passível de uso para outras espécies florestais nativas.
A metodologia propõe indicar grupos de populações de araucárias ou de regiões estratégicas com características comuns, e assim, auxiliar no desenvolvimento de programas de conservação ou melhoramento genético de araucária mais eficientes, com o mapeamento das populações e descrição de suas características genéticas, fenotípicas, de solo e climáticas.
Além disso, a metodologia pode contribuir na formação de bancos de dados sobre as características e o ambiente referentes ao habitat desta espécie, o que pode contribuir para o incremento do conhecimento e a geração de subsídios para o desenvolvimento de programas de conservação e de melhoramento que resultarão no aumento de produtividade.
A publicação vem fortalecer um dos compromissos firmados pelo Brasil na COP21, Conferência do Clima em Paris, momento em que o país se comprometeu a aumentar a capacidade de conservação de seus recursos genéticos e promover o uso sustentável de sua biodiversidade.
A araucária (Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze.) está presente na Floresta Ombrófila Mista, caracterizada por baixas temperaturas, no Bioma Mata Atlântica. A espécie tem importância ecológica, econômica, social e cultural, devido ao valor da madeira e de suas sementes, o pinhão. Diante do aquecimento global e das ações do homem, é importante que espécies como a araucária, considerada em perigo de extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), tenham maior capacidade de adaptação e resiliência.
Desta forma, o uso da metodologia pode dar suporte à indicação de áreas que tenham maior potencial e interesse estratégico para criação de novas unidades de conservação e manutenção ou expansão das existentes, para a conservação dos recursos genéticos da espécie.
Os resultados podem auxiliar os formuladores de políticas públicas na criação de leis que visem a manutenção da capacidade de adaptação e resiliência da espécie, bem como a indicação das melhores zonas para seu estabelecimento.
“Com os resultados obtidos, existem condições para se dar o próximo passo, que inclui a elaboração de um zoneamento de riscos climáticos para a araucária, em que áreas de menor risco climático podem ser definidas para o estabelecimento dos plantios, aumentando a possibilidade de que agentes financeiros venham a se interessar pelo financiamento de plantios comerciais, incentivando a conservação pelo uso”, afirma o pesquisador Marcos Wrege.
A publicação pode ser acessada aqui
Este conteúdo está alinhado com os ODS 2, 12, 13, 15 e 17 nas seguintes metas:
-ODS 2:
2.4 até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudança do clima, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo;
2.5 até 2020, manter a diversidade genética de sementes, plantas cultivadas, animais de criação e domesticados e suas respectivas espécies selvagens, inclusive por meio de bancos de sementes e plantas diversificados e adequadamente geridos em nível;
-ODS 12:
12.2 até 2030, alcançar gestão sustentável e uso eficiente dos recursos naturais;
-ODS 13:
13.1 reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países;
-ODS 15:
15.1 até 2020, assegurar a conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de água doce interiores e seus serviços, em especial, florestas, zonas úmidas, montanhas e terras áridas, em conformidade com as obrigações decorrentes dos acordos internacionais;
15.2 até 2020, promover a implementação da gestão sustentável de todos os tipos de florestas, deter o desmatamento, restaurar florestas degradadas e aumentar substancialmente o florestamento e o reflorestamento globalmente;
5.4 até 2030, assegurar a conservação dos ecossistemas de montanha, incluindo a sua biodiversidade, para melhorar a sua capacidade de proporcionar benefícios, que são essenciais para o desenvolvimento sustentável;
-15.5 tomar medidas urgentes e significativas para reduzir a degradação de habitat naturais, estancar a perda de biodiversidade e, até 2020, proteger e evitar a extinção de espécies ameaçadas;
-ODS 17:
17.14 aumentar a coerência das políticas para o desenvolvimento sustentável.
Manuela Bergamim (MTb 1951-ES)
Embrapa Florestas
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