No âmbito de bioativos saudáveis utilizados para a conservação de alimentos, o trabalho “Potencial uso de antimicrobianos de plantas na conservação de alimentos” aborda o desenvolvimento de soluções naturais de origem vegetal que atuam no controle de microrganismos indesejáveis em produtos orgânicos. A proteção desses produtos contra a deterioração é uma das demandas fundamentais da indústria de alimentos e tem sido considerada em todas as etapas da cadeia alimentar, incluindo produção, armazenamento e distribuição. Bactérias e fungos podem contaminar e causar vários efeitos negativos nas propriedades sensoriais (sabor, cor e textura) dos alimentos. Na indústria alimentícia existem diversas maneiras de conservação para atender as demandas em relação à segurança microbiológica, valores nutricionais e propriedades sensoriais dos alimentos. Como exemplos pode-se exemplificar o processamento térmico, em que os alimentos são submetidos a temperaturas entre 60°-150°C, e o uso de conservantes sintéticos. A pesquisa afirma que os conservantes sintéticos, como nitratos, benzoatos, sulfitos e sorbatos, têm sido relacionados com efeitos colaterais na saúde do consumidor. O uso de sulfitos pode resultar em várias reações alérgicas, enquanto os antioxidantes fenólicos sintéticos são associados a efeitos cancerígenos. Pensando nisso, o interesse em produtos naturais com características conservantes é crescente. Algumas plantas apresentam naturalmente compostos antimicrobianos em seu sistema de defesa. Óleos essenciais, extratos e peptídeos são exemplos de metabólitos secundários que inibem a atividade de bactérias, bolores, leveduras e vírus. O estudo aponta classes de compostos químicos conservantes: como fenólicos, ácidos orgânicos, quinonas, saponinas, flavonoides, taninos, cumarinas, terpenóides e alcalóides. Os pesquisadores concluíram que o uso de antimicrobianos de plantas na conservação de alimentos ainda é um desafio. Considerando-se que, para inibir a deterioração ou eliminar bactérias patogênicas, são necessárias altas concentrações dessas substâncias, podendo não só afetar a qualidade sensorial, mas também ter impacto negativo na saúde humana. Portanto, pesquisas precisam ser feitas sobre combinações sinérgicas desses antimicrobianos, bem como com diferentes tecnologias para garantir a segurança e a qualidade dos produtos alimentícios.