Proposta é assinada, em ato na Expoagro Afubra, e possibilitará a espacialização de dados e de informações geradas pela pesquisa agropecuária e pela extensão rural para a qualificação da cadeia produtiva do leite no RS O Programa Leite Seguro realizou nesta terça-feira, 21 de março, a assinatura do contrato de cooperação técnica da Embrapa e o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) com a Emater/RS-Ascar, no estande da Empresa, dentro do Parque da AFUBRA, no primeiro dia da Expoagro Afubra 2023, em Rio Pardo/RS. A parceria vai gerar o Mapa do Leite do RS, com lançamento programado para Expointer 2023. Os representantes das instituições parceiras assinaram o documento em ato solene. O Mapa do Leite do RS incluirá dados de produção de leite, produtores, produtividade animal, produtividade por área, práticas de manejo e outros. O produto será espacializado conforme as regiões das Associações de municípios, regiões fisiográficas, regionais da Emater e outros recortes que forem considerados importantes para a cadeia produtiva e para o setor leiteiro. “A Emater tem um conjunto de dados que compõem o Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no RS e que pode ser considerado quase um censo dos produtores e da produção de leite no estado. E nós, Embrapa, temos uma expertise que vem da elaboração dos zoneamentos de risco climáticos e de zoneamentos edafoclimáticos de várias culturas produzidas regionalmente. Essas informações e conhecimentos que as equipes da Emater e da Embrapa Clima Temperado possuem serão reunidas para gerar informações que vão permitir estudar e avaliar o comportamento e o desempenho do setor leiteiro nos últimos dez anos, o momento atual e fazer projeções para a cadeia produtiva”, disse o pesquisador Waldyr Stumpf Junior, membro do comitê Gestor do Projeto Leite Seguro. Segundo ele, essa iniciativa irá qualificar o Programa Leite Seguro, que trabalha, atualmente, com um conjunto significativo de Estabelecimentos Leiteiros (Unidades de Produção de Leite - UPL) nos estados do RS, SC e PR. Com esse conjunto de dados e informações será possível ampliar o espectro analítico, bem como propor soluções tecnológicas para a qualificação da atividade leiteira nas UPL, nas regiões e na cadeia produtiva como um todo, assim como contribuir para a geração e qualificação de políticas públicas para o setor. O primeiro mapa A primeira edição do Mapa do Leite do RS reunirá, a princípio, cerca de 80 indicadores que servirão como dados para elaboração de estratégias para políticas públicas direcionadas à cadeia produtiva do leite do Rio Grande do Sul. Um dos primeiros desafios da parceria será lançar este primeiro produto durante a Expointer 2023, que acontecerá entre os dias 26 de agosto a 3 de setembro próximo. “Esse mapa vai ajudar que as instituições fomentadoras do setor do leite possam identificar os reais problemas de uma região, sendo possível obter informações mais refinadas, por exemplo, sabendo que um conjunto de municípios de uma determinada região do Estado apresentam dificuldades de qualidade do leite, que apresentam dificuldades de fazer silagem pelas características de solo e/ou declividade, enfim inúmeras possibilidades de atuação que tanto a Embrapa como a Emater e o LFDA possam disponibilizar”, disse o pesquisador Giovani Theisen, supervisor de Programação da Agenda de Transferência de Tecnologias. A partir da elaboração do Mapa do Leite, Theisen fala que além de direcionar políticas públicas para atender diretamente os problemas do setor, otimizará também os recursos da União, através da espacialidade indicada pela precisão deste instrumento. Para o presidente da Emater/RS-Ascar, Christian Lemos, a parceria firmada com o Programa Leite Seguro vai multiplicar o potencial de atuação da Emater no que diz respeito a transferir tecnologias, formas de controle, de gestão, de aspectos sanitários. "Vimos que só temos a ganhar caminhando juntos. Já fizemos essa parceria na área de grãos, de forrageiras, e agora, vamos fazer para o setor leiteiro”, disse. Conforme Lemos, quanto menor a propriedade de leite e seu volume de produção, maior será a dificuldade deste produtor competir e se manter no mercado. “Esta interlocução que iremos fazer com os elos da cadeia produtiva, com uma amostragem muito maior de propriedades, vamos ter melhores indicadores, melhor desempenho dos produtores”, completou. Aguinaldo Parussolo, auditor fiscal do LFDA, também parceiro desta iniciativa, fala que o mapeamento gerará um volume significativo de informações referentes ao perfil, à localização, às condições econômicas e sociais da região e às características das propriedades rurais, dando subsídios para a seleção e indicação de quais são as técnicas de manejo e tecnologias mais adequadas. “Estas ações e os conhecimentos gerados, bem como as novas ferramentas que venham a ser desenvolvidas possuem a viabilidade de aplicação também em outras regiões, mediante as ações de capacitação dos produtores e outros agentes envolvidos na produção”, destacou.