Diagnóstico avalia adoção de boas práticas na produção de açaí
Diagnóstico avalia adoção de boas práticas na produção de açaí
Técnicos da agroindústria do Projeto Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado (Reca) e uma equipe da Embrapa Acre estão realizando diagnóstico para verificar o nível de adoção das boas práticas de produção de açaí entre os fornecedores da agroindústria de processamento de polpa de frutas. A atividade começou no mês de junho e envolve mais da metade dos 90 manejadores de açaí que vivem na divisa entre os estados do Acre, Rondônia e Amazonas.
A pesquisadora da Embrapa Acre, Cleísa Cartaxo, explica que o diagnóstico é o primeiro passo para conhecer mais sobre como a atividade funciona no campo. “A garantia da qualidade sanitária da polpa de açaí não depende apenas dos controles adotados na agroindústria. Os cuidados com a produção da matéria-prima devem iniciar ainda no campo ou na floresta e seguir até a embalagem e armazenamento do produto”, acrescenta.
Em 2022, o Projeto Reca, cooperativa formada por cerca de 300 famílias de agricultores, comercializou 35 mil toneladas da polpa do fruto. Este ano, até junho de 2023, já vendeu 70 mil toneladas, o dobro da produção. A polpa de açaí é comercializada, principalmente, para estabelecimentos de São Paulo, Rio de Janeiro e região do entorno do distrito Nova Califórnia (RO), onde a agroindústria está instalada.
Melhoria da qualidade dos frutos
A adoção das Boas Práticas de Produção de Açaí (BPP) contempla um conjunto de medidas de higiene e controle de qualidade nas agroindústrias de polpa e, também, aspectos nas etapas de pré-coleta, com o manejo das espécies florestais e agroflorestais, coleta e pós-coleta de frutos.
De acordo com a pesquisadora, a seleção dos frutos está entre os procedimentos que precisam de maior atenção, pois é o momento de retirar de insetos, frutos secos e verdes que podem interferir na qualidade da polpa. “Essa prática, além de minimizar contaminações de ordem química, física ou biológica, pode evitar a transmissão da doença de Chagas, que apresenta registro de casos em algumas localidades da Amazônia. Nesse sentido, a Embrapa também recomenda o branqueamento, prática já realizada na agroindústria do Reca, que visa a segurança do produto, ou seja, a redução de contaminantes”, ressalta.
Simara Kaefer, nutricionista e responsável técnica da agroindústria, reforça a importância da aplicação das BPP desde o campo até a agroindústria para garantir a qualidade do produto final. “É uma forma de evitar as doenças transmitidas por alimentos e aumentar a vida útil do produto. Se nós produzirmos um açaí sem esses cuidados, o produto se deteriora facilmente. A validade do açaí produzido no Reca é dois anos”, reforça.
O gerente da agroindústria de polpas do Reca, Vandir da Silva Lima, diz que a participação dos fornecedores de frutos de açaí no diagnóstico funciona também como um incentivo para que as BPP sejam aplicadas em sua totalidade.”Nós só temos a ganhar, porque o açaí é um fruto sensível que, ao ser colhido, requer muitos cuidados. A agroindústria não faz milagre, para produzir uma polpa boa precisa de frutos de qualidade”, explica.
Cartaxo complementa que investimentos na melhoria da qualidade da produção agroindustrial podem gerar novas oportunidades de negócio no contexto da sociobioeconomia e promover maior sustentabilidade dos sistemas de produção do Reca.
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