Delegação da Colômbia conhece pesquisas da Embrapa na Amazônia
Delegação da Colômbia conhece pesquisas da Embrapa na Amazônia
Empresários e técnicos de governo da área florestal da Colômbia estiveram na manhã desta quinta-feira (14) na sede da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (PA), para conhecer soluções da pesquisa voltadas ao manejo e uso sustentável da floresta nas cadeias madeireira e não-madeireira. O grupo visitou as vitrines tecnológicas da instituição com ênfase nos Sistemas Agroflorestais, o meliponário e conheceu linhas de pesquisa com o cacau, manejo florestal, além de soluções digitais para as cadeias florestal, do mel e do açaí.
Walkymário Lemos, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, apresentou a estrutura da Embrapa na Amazônia Legal e destacou a atuação da pesquisa na região com foco na inclusão sócioprodutiva das populações locais e na conservação dos recursos naturais. “Com centros de pesquisas nos nove estados da Amazônia brasileira, a Embrapa atua sob a perspectiva do território buscando tecnologias sustentáveis e inclusivas”, acrescentou o gestor.
No Pará, a Embrapa Amazônia Oriental, continua o gestor, está presente em regiões estratégicas do estado e tem uma atuação ampla em diferentes cadeias produtivas com destaque à agricultura familiar. Walkymário ressaltou ainda os sistemas integrados de produção e a agricultura regenerativa, e enfatizou os Sistemas Agroflorestais (SAFs), onde o açaí, o cacau e o cupuaçu estão juntos com outras culturas alimentares e florestais.
De acordo com Martha Lucía Farfán, que é coordenadora de Cadeias Florestais, do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia, a visita teve como objetivo principal o intercâmbio de conhecimentos para o desenvolvimento sustentável da Amazônia colombiana. “Buscamos conhecer sistemas de produção que possam ser implementados junto às comunidades no combate ao desmatamento na região”, afirmou. Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) e o princípio de “imitar a floresta” com a diversidade de espécies foi o que mais chamou a atenção da representante do Ministério colombiano.
Martha Lucía destacou ainda que atualmente o país tem várias iniciativas com o extrativismo do açaí, cupuaçu, buriti e cacay, uma planta oleaginosa típica da Amazônia da qual se extrai o óleo para as indústrias alimentícia e de cosméticos.
O Sistema Agroflorestal, localizado na área do Núcleo de Responsabilidade Socioambiental da Unidade, chamou a atenção do grupo. Para Luiz Carlos Cuervo, que é coordenador regional do projeto Probosques, as comunidades colombianas que trabalham com sistemas agroflorestais precisam de informações sobre modelos de sistemas com espécies amazônicas, como o cacau, açaí e cupuaçu.
O Proboques é um projeto que tem o apoio do Governo Alemão por meio da GIZ, agência alemã de cooperação internacional, que visa fomentar e fortalecer o manejo florestal sustentável na Amazônia colombiana para as cadeias madeireiras e não-madeireiras.
“Foi muito relevante ver como combinar em um sistema três estratos de produção com diferentes espécies e como o SAF bem manejado pode apoiar a economia familiar do país”, acrescentou.
No meliponário da instituição, o grupo conheceu a criação de abelhas sem ferrão e a plataforma Infobee, solução digital que será lançada em outubro deste ano pela Embrapa Amazônia Oriental, que reúne serviços e informações tecnológicas, econômicas e de mercado sobre a meliponicultura e apicultura. A programação encerrou com a apresentação das linhas de pesquisa com o cacau e do software BOManejo de gestão do manejo florestal.
“A pesquisa brasileira tem muitos anos e é uma referência para nós, principalmente em açaí, sistemas agroflorestais e sistemas para conservação e recuperação do solo”, afirmou Adriana Saboya, da empresa colombiana Distriamazón.
A empresa trabalha junto a 28 famílias no município de Puerto Asís, sul da Colômbia, com o extrativismo do açaí, cupuaçu, araçá e buriti e a comercialização de polpas no mercado local.
“Foi muito bom ver as pesquisas com o açaí, sistema agroflorestal e a integração com as melíponas (abelhas nativas sem ferrão). Cada vez mais temos que sair do monocultivo e apostar na diversidade dos sistemas para a recuperação e conservação da Amazônia”, finalizou a empresária.
Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
Embrapa Amazônia Oriental
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