08/11/23 |

Ministro do MDA conhece, no Maranhão, a ferramenta de quebra do coco babaçu

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Para deixar para trás a associação do babaçu com atividade penosa e insalubre e a situação de pobreza das mulheres extrativistas, a Embrapa Cocais desenvolveu ferramenta para quebra do coco babaçu. O protótipo foi uma demanda das quebradeiras de coco babaçu e foi construído com a participação das mulheres, que testaram a máquina e a adaptaram às suas necessidades no decorrer do processo de criação.

A tecnologia foi apresentada no último dia 27 para o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e o governador do Maranhão, Carlos Brandão, na sede do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB, organização que representa quebradeiras de coco do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins, localizada em São Luís-MA.

No dia seguinte, 28 de outubro, a comitiva do ministro visitou a Cooperativa Mista da Agricultura Familiar e do Extrativismo do Babaçu do Vale do Itapecuru, a COOMAVI, onde mulheres produzem, a partir do babaçu, mais de 30 produtos, entre eles achocolatados, café, queijo, sorvete, gelado, bolos, hambúrguer, pães, petas, salgadinhos, entre outras delícias com a parceria técnico-científica da Embrapa Cocais e parceiros estratégicos, como Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Rede Embrapa e Agência de Cooperação Técnica Alemã - GIZ. A cooperativa também se dedica à produção de hortaliças.

“Experiência a ser fortalecida e replicada, por ser bem sucedida, e que mostra a alta gastronomia do interior do Maranhão e sofisticação do trabalho das mulheres e das culturas alimentares do estado”, declarou o ministro. Teixeira também lembrou que “o futuro é ancestral”.

“As quebradeiras vêm cumprindo o papel de guardiãs da floresta, da biodiversidade e do conhecimento tradicional. A ciência também tem essa função de cuidado com o meio ambiente. O diálogo entre esses dois saberes é fundamental para se chegar a uma ferramenta que atenda o mais plenamente possível aos anseios das quebradeiras de coco, usuárias da tecnologia. Vamos viabilizar recursos federais para aperfeiçoar a ferramenta de quebra do coco babaçu”, disse.

Na ocasião, o chefe-geral da Embrapa Cocais, Marco Bomfim, ressaltou que a tecnologia está aberta a melhorias e que a versão atual foi construída para solucionar os principais problemas decorrentes do uso do machado na quebra do coco babaçu, como dores lombares, contusões e mutilações.

“A nossa busca agora é agregar à ferramenta o quesito produtividade, para que as mulheres tenham mais saúde e tempo para se dedicar à diversificar da produção alimentícia e mais rentabilidade e qualidade de vida. Importante destacar que a marca do nosso trabalho com as comunidade de quebradeiras de coco do Maranhão é a inovação social, para isso, unimos o conhecimento tradicional e científico para gerar soluções para problemas sociais que efetivamente tragam possibilidades de mudanças nessas comunidades com apoio do poder público. Vamos trabalhar juntos a partir das sugestões de melhoria para validação final e uso comercial da ferramenta",acrescentou.

A quebradeira de coco Alana Licar, da Coomavi, expressou a alegria e a gratidão pelo momento. “Ficamos muito felizes com a visita do ministro e comitiva. Foi muito importante para a comunidade e sócias da cooperativa, pois tivermos a oportunidade de expor nosso trabalho, contar nossa história e mostrar como funciona o nosso planejamento e onde queremos chegar. Essa visibilidade tem sido muito importante para crescer nosso trabalho e nossa produção e nos ajudar a conquistar nossas metas e idealizações".

E concluiu: "Só temos a agradecer aos nossos parceiros, em especial à Embrapa Cocais, que nos abraçaram já há algum tempo e nos apoiaram a chegar onde estamos. São sete anos de batalha e dois anos trabalhando com a Embrapa e sua rede de parceiros. Hoje ter esse reconhecimento e sediar esse momento foi muito valioso e emocionante para todas nós. Preparamos os produtos alimentícios com muito carinho e dedicação, utilizando a nossa matéria-prima, o babaçu, fonte de renda das mulheres da comunidade, todas elas hoje chefes de família pelo trabalho desenvolvido na cooperativa”.

O pesquisador José Mário Frazão, que vem se dedicando ao desenvolvimento da ferramenta de quebra do coco babaçu, explica que o equipamento é de uso individual, mecanizado, acionado manualmente, ergonômico e de baixo custo. Além disso, a inovação não descaracteriza a essência artesanal do extrativismo e possibilita o processamento e aproveitamento integral do coco.

“A ferramenta é uma tecnologia social, desenvolvida em interação com as comunidades de quebradeiras de coco para melhoria das condições de trabalho e renda de milhares de mulheres que vivem do extrativismo do babaçu. O protótipo atual é uma estação de trabalho onde a mulher trabalha sentada em posição ergonômica e mais confortável. A ferramenta também reduz o emprego da força na quebra, pois tem mais potência no corte, acionado via alavanca”.  

A inovação é reconhecida como tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil e foi premiada dentre mais de 450 iniciativas em 2021.

 

Sobre o MIQCB 

O movimento organiza as quebradeiras de coco babaçu para que tenham autonomia política e econômica em defesa das palmeiras de babaçu, dos territórios, do meio ambiente e da luta pela melhoria de suas condições de vida e de suas famílias. O movimento tem como objetivo a preservação das florestas de babaçu, a valorização dos conhecimentos tradicionais, a luta por direitos de acesso à terra e ao território, ao babaçu e a prática da agroecologia.

Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Cocais

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