Embrapa realiza reunião para formação de comitê gestor de projeto no Alto Sertão Alagoano
Embrapa realiza reunião para formação de comitê gestor de projeto no Alto Sertão Alagoano
Foto: Divulgação
Equipe participa de reunião para formação de comitê gestor de projeto para o fortalecimento de sistemas agroalimentares no Alto Sertão Alagoano
O Alto Sertão Alagoano, historicamente ocupado por uma rica diversidade socioambiental, foi escolhido para o desenvolvimento do projeto “Agroecologia e Desenvolvimento Territorial no Alto Sertão Alagoano”, coordenado pela Embrapa Alimentos e Territórios e financiado com recursos provenientes de emenda parlamentar de Tereza Nelma, ex-deputada federal por Alagoas, atualmente secretária Nacional da Aquicultura. A primeira ação formal foi realizada no dia 19 de março, no município de Inhapi, com uma reunião para a constituição de um comitê de gestão compartilhada.
O território integra oito municípios (Água Branca; Canapi; Delmiro Gouveia; Inhapi; Mata Grande; Olho D´Água do Casado; Pariconha e Piranhas) e conta com presença de povos indígenas, comunidades Quilombolas e agricultores familiares, que tradicionalmente praticam uma agricultura diversificada dependente de chuva, associada à pecuária (em especial de ovinos e caprinos) e ao extrativismo vegetal.
O comitê de gestão compartilhada do projeto é composto por representantes do Fórum de Secretários de Agricultura dos municípios do território Alto Sertão Alagoano, pelo Colegiado Territorial do Alto Sertão Alagoano, sociedade civil organizada, gestores públicos, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Cooperativa dos Pequenos Produtores Agrícolas Bancos Comunitários de Sementes (Coppabacs) e Creative.
Iniciado em março de 2024, o projeto tem como objetivo fortalecer os sistemas agroalimentares da região por meio da valorização da diversidade produtiva, social, ambiental e cultural. Estão previstas a realização de capacitações com o intuito de favorecer a construção coletiva de conhecimentos geradores de autonomias junto aos atores locais em temas relevantes. Também, tem como meta a implantação e monitoramento de oito Unidades de Aprendizagem e Pesquisa Participativa (UAPP), envolvendo sete tecnologias sociais geradas pela Embrapa e parceiros: Sisteminha Embrapa; Sistema de Reuso de Água (Bioágua); Biodigestor; Sistema de Criação e Multiplicação de Galinha de Capoeira; Produção orgânica de mudas de hortaliças em viveiro; Produção e Manejo de Sementes Crioulas e Sistemas Agroflorestais.
Todos os oito municípios que compõem o Sertão Alagoano vão ser beneficiados com uma ou mais dessas tecnologias. “O público do projeto será formado prioritariamente por povos indígenas, comunidades quilombolas e assentados da reforma agrária”, explicou Fabrício Bianchini, analista da Embrapa Alimentos e Territórios.
Segundo ele, o desenho do projeto foi construído durante oficinas participativas realizadas com os secretários de agricultura, representantes dos povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares dos municípios do território Alto Sertão Alagoano. Estas representações compõem agora o comitê de gestão compartilhada do projeto que irá monitorar e avaliar a sua execução, exercendo o controle social sobre as ações na região.
Inicialmente, o projeto terá um prazo de execução de 18 meses. Está prevista a realização de ações de capacitação como oficinas e cursos necessários para a correta utilização das tecnologias elencadas, bem como um seminário final de avaliação das experiências das UAPPs. “Vamos começar fazendo a sensibilização e o diagnóstico participativo da realidade socioeconômica e ambiental da região”, conta o pesquisador da Embrapa Alimentos e Territórios e líder do projeto, Fernando Curado.
O pesquisador acredita que a implantação de sistemas integrados de produção resultantes das experiências exitosas da Embrapa e de parceiros ajudará a combater a pobreza no meio rural, ao mesmo tempo em que atenderá aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS 1 (Erradicação da Pobreza) e ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável).
“Assegurar alimentos de qualidade em sistemas de produção orgânica ou em transição agroecológica situados em áreas com baixos índices pluviométricos beneficiará as comunidades no enfrentamento à pobreza. Também, aumentará a oferta de alimentos para mercados privados locais e políticas de compras públicas, como a Política Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e a Política de Aquisição de Alimentos (PAA)”, conclui.
Além de Bianchini e Curado, também participaram da reunião os pesquisadores da Embrapa Alimentos e Territórios Amaury dos Santos, Cristiane Otto de Sá e José Luiz de Sá.
Irene Santana (MTb 11.354/DF)
Embrapa Alimentos e Territórios
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