02/05/24 |   Agroenergia  Melhoramento genético  Produção vegetal

Representantes da Acelen Renováveis conhecem pesquisas com macaúba e dendê

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Foto: Marcelo Fideles Braga

Marcelo Fideles Braga - Experimentos com dendê (esquerda) e macaúba (direita) na Embrapa Cerrados

Experimentos com dendê (esquerda) e macaúba (direita) na Embrapa Cerrados

Palmáceas com grande potencial energético, a macaúba, nativa do Cerrado brasileiro, e o dendê, originário da África, são estudados pela Embrapa Cerrados (DF) há duas décadas. Interessada nas pesquisas com essas duas plantas e em prospectar possíveis parcerias, uma comitiva de 20 representantes da Acelen Renováveis, empresa do ramo de energia, visitou os campos experimentais da Unidade na manhã de 11 de abril.

O grupo foi recepcionado pelo chefe geral Sebastião Pedro, que falou sobre a atuação do centro de pesquisa e da importância do estabelecimento de parcerias. Em seguida, o pesquisador Marcelo Fideles comentou sobre os resultados de pesquisa com macaúba e dendê, apresentando os experimentos com as duas culturas, implantados, respectivamente, em 2006 e em 2008. 

Para Victor Rafael Barra, diretor de Agronegócios da Acelen Renováveis, a visita à Embrapa Cerrados foi crucial para compreender o processo de domesticação da macaúba, planta selecionada pela empresa como matéria-prima para a produção de combustíveis renováveis. "Observar o comportamento da macaúba em um plantio experimental nas condições do Cerrado do Planalto Central foi essencial. Isso evidencia o potencial versátil da planta na recuperação de solos degradados", afirmou. Além disso, Dioger Teruel, gerente de Pesquisa & Inovação, ressaltou a importância da criação de uma rede de pesquisas liderada pela Acelen Renováveis. "Estamos buscando as intuições de pesquisa mais avançadas para apoiar ativamente o desenvolvimento do nosso programa de domesticação da macaúba. A Embrapa Cerrados, sem dúvida, apresenta um grande potencial para gerar resultados e conhecimentos valiosos, motivo pelo qual escolhemos discutir o projeto com eles".

A área de 2 ha com dendê (143 plantas/ha) conta com quatro híbridos do tipo Tenera desenvolvidos pela Embrapa na Amazônia. Segundo Fideles, as plantas, sob irrigação, começaram a produzir três anos após o plantio. “Tivemos que fazer a polinização manual nos primeiros três anos. A partir de 2010, o polinizador natural já estava estabelecido”, lembra, destacando a importância do estabelecimento do polinizador natural. O pesquisador explicou, ainda, como foi realizado o controle de pragas como formigas e lagartas, bem como o manejo da irrigação. 

As produtividades médias foram compatíveis com as do Pará, principal estado produtor. O pesquisador informou que os híbridos utilizados no experimento obtiveram produtividades semelhantes e comprovaram potencial para cultivo no Bioma Cerrado, o que poderá viabilizar a expansão da cultura no Brasil. “Temos condições de produzir o dendê aqui, fora da floresta amazônica, inclusive em áreas de pastagens degradadas, fazendo uma agricultura sustentável”, afirmou. 

Em outro local próximo, Fideles apresentou uma área com dendê sem irrigação, porém com a mesma adubação do experimento irrigado. “Aqui mostramos como a questão da água é drástica para a cultura. A planta se desenvolve menos e produz menos, mas o cacho é mais fácil de manejar”, explicou. “Por isso, não descartaria a possibilidade de um sistema de sequeiro para o dendê. Poderia ser feita uma seleção genética para isso e, assim, teríamos uma carta na manga”. 

Já o experimento com macaúba é composto por plantas originadas de dois acessos de Minas Gerais e de São Paulo. São avaliadas as respostas das plantas à irrigação e à ausência de irrigação, bem como à adubação. “Focamos na melhor genética. Buscamos em Minas mais de 100 acessos em diferentes locais, coletamos os frutos e os trouxemos para a Unidade”, contou Fideles. 

Segundo o pesquisador, foi observada grande variação de produtividade, com plantas produzindo cachos de 6 kg e outras com cachos de até 25 kg, o que revela a diversidade da população do experimento. “Das 1.200 plantas implantadas, cerca de 1.000 sobreviveram. Vamos selecionar as melhores plantas, fazer cruzamentos e dar um ‘choque de heterose’. Com isso, vamos obter, com os parceiros, a primeira cultivar de macaúba usando o melhoramento genético clássico”, projetou o pesquisador.

 

Com informações da assessoria de comunicação da Acelen Renováveis

Breno Lobato (MTb 9417-MG)
Embrapa Cerrados

Contatos para a imprensa

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Mais informações sobre o tema
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