A agricultura da região serrana fluminense baseia-se, majoritariamente, na produção hortícola familiar, com a adoção de sistemas de produção que conduzem à obtenção de altos rendimentos. Todavia, esses sistemas acarretam problemas ambientais relacionados ao uso intensivo dos solos. Isso, associado aos elevados custos dos insumos utilizados e à incerteza de preço dos produtos agrícolas que remunerem adequadamente os produtores, tem representado risco econômico constante para a produção familiar desta região.
Propostas tecnológicas que apoiem processos de transição agroecológica, aliadas a aportes metodológicos participativos que favoreçam a interação entre agricultores e pesquisadores, têm potencial de contribuir para reverter esse quadro de riscos ambientais e econômicos da agricultura familiar na região, além de diversificar a produção e, consequentemente, as fontes de renda dos produtores.
Este projeto atuou junto a grupos de agricultores familiares, com a perspectiva de viabilizar sistemas de produção que avançassem no processo de transição agroecológica, favorecendo a sustentabilidade. Para tanto, buscou-se a redução da dependência das unidades produtivas por insumos externos. As atividades envolveram tanto grupos de agricultores convencionais como de agricultores orgânicos ou em conversão, independentemente de estarem envolvidos em processo de certificação.
Para melhorar o aproveitamento da produção agrícola regional foi incentivada a adoção de procedimentos de pós-colheita relacionados às boas práticas e ao processamento de alimentos. O monitoramento das condições dos sistemas de produção dos grupos de agricultores mobilizados para a transição agroecológica avaliou parâmetros químicos, físicos e biológicos dos solos, bem como do clima e da água. O projeto também envolveu o acompanhamento e a avaliação do processo participativo de construção de conhecimentos, além dos impactos econômicos e sociais dos processos de transição agroecológica na região.