A pecuária leiteira é uma das atividades econômicas mais importantes do agronegócio mineiro, sendo Minas Gerais o maior produtor de leite do Brasil (28% da produção). A cadeia produtiva leiteira é uma das mais importantes no estado, empregando mão-de-obra, faturando em torno de R$2,4 bilhões/ano e garantindo renda para grande parte da população. Entretanto, a maioria das propriedades apresenta baixa produtividade devido a vários fatores, como sanidade, potencial genético e manejo. Dentre estes, destacam-se os relacionados à sanidade, sendo a mastite o principal. A mastite bovina é uma doença complexa, definida como uma inflamação do úbere resultante da entrada e multiplicação de patógenos. Os custos incluem tratamento veterinário, diminuição da qualidade, redução e descarte da produção de leite devido aos resíduos de antibiótico, aumento do custo de mão-de-obra, secagem precoce e mesmo descarte do animal. Há alguns anos, vários experimentos identificaram QTLs (Quantitative Trait Loci) que controlam características de produção e reprodução, e, também resistência à mastite. Por meio de estratégias de mapeamento fino, algumas regiões têm sido identificadas ao nível de gene, gerando uma grande aplicabilidade na seleção de características desejáveis que utilizam programas de seleção assistidos por marcadores. Vários esforços têm sido feitos para caracterizar alterações na expressão de genes que se correlacionem à resistência. Deste modo, este projeto objetivou a geração de informações sobre alterações na expressão gênica associada à mastite. Com objetivo de compreender melhor os mecanismos de resposta imune envolvidos no fenótipo resistência/susceptibilidade à mastite, foram realizadas a quantificação de expressão relativa dos genes IL-2, IL-6, IL-8, IL-12, IFN-V, TNF-W, TLR-2, SEMA5A e FEZL em células do leite de vacas mestiças saudáveis e com mastite clínica e de vacas Gir PO (Puro de Origem) dos genes IL-2, IL-4, IL-6, IL-8, IL-10, IFN-gama eTNF-alfa. Os resultados obtidos demonstraram a expressão dos genes IL-2 e IFN-V em vacas saudáveis e TLR-2 em mestiços com a doença. Estes resultados nos permitem traçar novas abordagens para busca de genes de resistência e introgressão dos mesmos em raças comerciais. Este projeto contou com o apoio financeiro da FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais).