Estudo multidisciplinar do chá padronizado de Artemisia annua sobre cepas regionais de Plasmodium spp. a partir do cultivo da planta em escala comunitária em três ecossistemas amazônicos
Estudo multidisciplinar do chá padronizado de Artemisia annua sobre cepas regionais de Plasmodium spp. a partir do cultivo da planta em escala comunitária em três ecossistemas amazônicos
De acordo com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS, que prevê uma relação de Plantas Medicinais e de Fitoterápicos a serem disponibilizados criteriosamente naquele sistema de Saúde, observa-se que para o caso da Malária a espécie vegetal de maior interesse, em função do uso comprovado e do respaldo científico sobre sua eficácia e segurança, é a Artemisia annua L.. Esta espécie, introduzida e estudada no Brasil desde a década de 80, resultou em genótipos selecionados de altos rendimentos em princípios ativos para serem cultivados em região intertropical. O grupo do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp, responsável pela seleção natural da espécie, fornece atualmente o genótipo para diversos países, sendo que em 2005 e 2006 aproximadamente 82% das lavouras de A. annua no mundo foram instaladas com os genótipos do CPQBA. Embora alguns desses genótipos já tenham sido ensaiados na região Amazônica, se faz necessário e oportuno desenvolver pesquisa multidisciplinar visando o melhoramento genético adequado aos ecossistemas amazônicos, bem como alcançar forma simples, padronizada e eficaz contra cepas clínicas regionais de Plasmodium spp (parasita que causa a malária), oferecendo, através dos agentes de saúde do SUS, medicação acessível principalmente para as comunidades ribeirinhas em áreas remotas da Amazônia, onde a malária é endêmica e crescente. A forma simples que se pretende é através do chá das folhas obtido a partir de planta uniforme quanto aos seus constituintes e preparado sob recomendação específica para proporcionar a dose adequada do tratamento contra a malária. Observa-se que esta forma vem sendo usada tradicionalmente há centenas de anos na Ásia, sem registro de desenvolvimento de resistência pelo Plasmodium ou qualquer dado de efeito colateral no banco de farmacovigilância. Acredita-se que o complexo de substâncias presentes na infusão dificulte o mecanismo de resistência, possível quando, ao contrário do chá, substâncias puras são ministradas em subdoses. Os genótipos selecionados de A. annua representam excelente material para o desdobramento da pesquisa para a região amazônica, onde uma segunda seleção é recomendada para baixas latitudes nos ecossistemas: Terra firme, Terra Preta de Índio e Várzea. Sendo a escala de produção muito pequena e fragmentada nas comunidades e, por ser a espécie anual, de ciclo curto e de porte herbáceo, seu impacto ecológico é considerado inexpressivo. Além disso, ocorre na flora ribeirinha amazônica a Ambrosia artemisifolia, espécie de aspecto geral semelhante à A. annua, sendo já batizada com o nome comum de Artemisiarana, em Silves (AM).
Ecossistema: Amazônico
Situação: concluído Data de Início: Tue Jul 01 00:00:00 GMT-03:00 2008 Data de Finalização: Wed Sep 30 00:00:00 GMT-03:00 2009
Unidade Lider: Embrapa Amazônia Ocidental
Líder de projeto: Francisco Celio Maia Chaves
Contato: celio.chaves@embrapa.br
Palavras-chave: Biomassa, Malaria, Padronização, Planta medicinal