O aumento da produção da J. Curcas como fonte de óleo para a produção de biodiesel, devido à robustez e adaptabilidade da planta a diversos biomas, aumentará a produção do coproduto tóxico (torta), que superará, em muito, a capacidade de ser absorvida pela atual aplicação como fertilizante. O pinhão-manso, uma vez domesticado e inserido na cadeia produtiva de biodiesel, poderá impactar o mercado de óleos e de tortas para alimentação animal. Em condições de estabilidade de produção, a uma produtividade de 3 ton/ha, a quantidade de semente será de 60 mil toneladas. Considerando-se que o teor de óleo na semente seja de 35%, a oferta de óleo será de 21 milhões de litros e a de torta, 39 mil toneladas. Raciocinando-se frente ao mercado de biodiesel, com uma demanda de, aproximadamente, 1 bilhão de litros, e admitindo-se que o pinhão manso venha ocupar 40% desse mercado, serão necessários 400 milhões de litros de óleo dessa oleaginosa. Isso resultará em aproximadamente 742 mil toneladas de torta, que poderão substituir o farelo de soja usado para ração animal, com a vantagem de estar mais próximo das zonas de carência de proteína, como o Nordeste. A riqueza de nutrientes deste material (53-63% de proteína) justifica a aplicação de recursos para destoxificá-la, tornando-a uma importante fonte de proteína para ração animal. Isto aumentaria o valor agregado deste coproduto, o que pode ser um fator determinante para a viabilidade econômica da produção do biodiesel. Este projeto tem por objetivo desenvolver processos para destoxificar a torta de pinhão-manso, visando à aplicação em nutrição animal.