A brusone causada por Magnaporthe oryzae é principal doença do arroz no mundo. No Brasil, esta doença também causa perdas consideráveis de produção na cultura do trigo. A emergência do patógeno da brusone em trigo é relativamente recente, datando de meados da última década de 80, quando as primeiras epidemias da doença foram detectadas no Paraná. O uso de cultivares de trigo resistentes à doença tem se configurado em uma alternativa errática e inconsistente para controlar a doença. Genótipos de trigo aparentemente resistentes se comportam como suscetíveis em outras regiões do País, indicando interação entre genótipo e ambiente. O que parece mais provável é que a incidência e a severidade da brusone numa região dependem do variante do fungo prevalente em tal ambiente, caracterizando a forte influência do fator variabilidade genético-fenotípica no patossistema em questão. Assim, entende-se que o pleno êxito do processo de geração de cultivares de trigo, com níveis adequados de resistência à brusone, passa pela identificação e monitoramento dos fatores relacionados à reação das plantas à infecção do patógeno. Entre tais fatores, um dos mais relevantes refere-se ao nível de complexidade genética da população de M. oryzae ocorrente nas lavouras de trigo do Brasil que deverá ser avaliado no projeto fazendo-se uso de marcadores microssatélites. Entre as proposições do projeto, também está a de caracterizar a virulência de M. oryzae do trigo por meio da avaliação da resposta de um grupo de genótipos de trigo e cevada que já demonstraram reações diferenciais de compatibilidade e incompatibilidade no estádio de plântulas quando submetidos à infecção de diferentes isolados de M. oryzae do trigo, caracterizando o que se denomina de resistência completa. De modo geral, é intenção da proposta obter informações que dêem maior sustentação à produção de trigo no Brasil para que sofra menos com os danos causados pela brusone. Isto significará maior produtividade e renda ao produtor.