O agronegócio de cebola é importante para o Brasil, onde se cultivam 60.000 ha/ano nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Há demanda por cultivares melhor adaptadas às diferentes condições edafoclimáticas brasileiras e aos sistemas convencionais e agroecológicos. Há expectativas também de bulbos de sabor pungente para o mercado interno, e bulbos suaves e do tipo “cascuda bronzeada” para mercados interno e externo. Além de maior produtividade, ampla adaptação, e bulbos de melhor padronização comercial, são imprescindíveis cultivares com níveis altos de tolerância a doenças e pragas e com alta eficiência no uso dos recursos naturais, contribuindo para uma agricultura mais sustentável. Cultivares com teores mais elevados de compostos funcionais também são necessárias, atendendo a crescente valorização pela sociedade dos alimentos nutracêuticos. Assim, o projeto tem o objetivo de desenvolver cultivares de polinização livre e/ou híbridas de cebola adaptadas às diferentes condições edafoclimáticas brasileiras que atendam as características apontadas acima. Os impactos potenciais decorrentes da incorporação de cultivares com padrão genético superior, que atendam diferentes nichos de mercado e que sejam mais tolerantes a doenças e pragas são: substituição parcial da importação de cebola, especialmente da Argentina, hoje em torno de 15% da demanda nacional; maior competitividade da cebola brasileira no Mercosul; estabilização e potencial redução da importação de sementes, hoje em torno de 25% da demanda brasileira; possibilidade de exportação de cebola; diminuição no uso de agrotóxicos, com diminuição do custo de produção e dos impactos ambientais; e diminuição dos desequilíbrios regionais, principalmente se considerar o potencial da região Nordeste para produzir cebolas “cascudas bronzeadas” e “suaves/doces”.