Validação do uso de antimicrobiano natural em maionese do tipo caseira para prevenção de surtos de origem alimentar
Validação do uso de antimicrobiano natural em maionese do tipo caseira para prevenção de surtos de origem alimentar
A maionese é uma emulsão do tipo óleo em água e seus principais ingredientes são óleo vegetal, água e ovos. Os agentes emulsificantes naturais presentes na gema do ovo possibilitam a manutenção de uma mistura homogênea entre as duas fases distintas (água e óleo). Em virtude dessa composição, a maionese apresenta duas potenciais fontes de problemas: (i) o ovo, que é um veículo de Salmonella Enteritidis (SE), a principal bactéria envolvida nos surtos provocados pelo consumo de preparações culinárias com maionese; (ii) o óleo, que torna o produto vulnerável à oxidação lipídica, sendo necessário o uso de um antioxidante em sua composição. A maionese industrializada pode ser considerada um alimento seguro, pois em sua formulação são utilizadas gemas pasteurizadas (líquida ou em pó) e são adicionados ácidos orgânicos para diminuição do pH do produto final para a faixa de 3,2 a 3,6. Além disso, a parte aquosa da formulação sofre tratamento térmico para destruição de microrganismos patogênicos antes de ser acondicionada na embalagem. No entanto, a maionese de baixa acidez, conhecida como "maionese caseira" e amplamente consumida por pessoas que rejeitam o sabor acidificado da maionese industrial, não é submetida a nenhum tratamento térmico e apresenta pH final acima de 4,20, o que eleva o risco do desenvolvimento de microrganismos e, consequentemente, de contaminação para os seus consumidores. Para aumentar a segurança desse tipo de produto, recomenda-se incluir em sua formulação um antimicrobiano natural que atue como uma barreira adicional ao desenvolvimento dos microrganismos. Por outro lado, o problema da oxidação lipídica tem sido contornado industrialmente pelo uso combinado de diferentes compostos antioxidantes, dentre eles, o Butil-hidroxitolueno (BHT). Entretanto, esse composto tem sido associado ao desenvolvimento de tumores no pulmão e já tem o seu uso proibido em vários países. Uma alternativa para garantir a qualidade e segurança da maionese com menor risco à saúde do consumidor é substituir o BHT por óleo essencial de orégano (OEO), um composto natural, que possui moléculas (compostos fenólicos) com elevada atividade antioxidante e com comprovada atividade antimicrobiana contra a Salmonella Enteritidis. OEO pode propiciar à maionese de baixa acidez, elaborada com ovo em pó, uma maior estabilidade oxidativa e microbiana, possibilitando a redução dos surtos de origem alimentar associados à ingestão desse produto. Os usuários potenciais desta tecnologia são indústria de alimentos que operam em escala industrial/comercial para atender ao mercado de lanchonetes, pizzarias e restaurantes nas localidades que apresentam elevado consumo desse produto. Esse projeto foi realizado em parceria com a D´CASA FABRICAÇÃO DE CONDIMENTOS PREPARADOS LTDA e o produto se encontra no mercado (noroeste do Estado do Rio de Janeiro, Sul de Minas Gerais e noroeste do Estado de São Paulo) desde setembro de 2014, vendido em embalagem de 30g sob refrigeração, em lanchonetes e em 2015 começou a ser vendido em embalagem de 200g para cozinhas industriais na capital do Rio de Janeiro.
Ecossistema: Extremo Sul, Floresta Atlântica
Situação: concluído Data de Início: Mon Apr 01 00:00:00 GMT-03:00 2013 Data de Finalização: Tue Mar 31 00:00:00 GMT-03:00 2015
Unidade Lider: Embrapa Agroindústria de Alimentos
Líder de projeto: Janine Passos Lima
Contato: janine.passos@embrapa.br
Palavras-chave: óleo essencial de orégano, antimicrobianao natural, segurança dos alimentos, maionese caseira