Meloidogyne enterolobii é um nematóide que reduziu em mais de 50% a área comercial da goiabeira no Vale do São Francisco, com impactos econômicos de mais de 120 milhões de reais, estimando-se uma redução em mais de 4000 empregos diretos na região, sendo essa a cultura mais afetada pela doença no Brasil. Os estudos para conter a infestação do micro-organismo têm considerado o controle biológico, o manejo e rotação de culturas, a aplicação de inseticidas sistêmicos e o uso de espécies selvagens de Psidium como porta-enxerto da goiabeira.

O desenvolvimento e avaliação de híbridos interespecíficos entre plantas susceptíveis de goiabeira e plantas selvagens resistentes, da mesma família, não têm sido enfatizados. Contudo, esta orientação da pesquisa poderá romper com os problemas de incompatibilidade do uso de porta-enxertos. A presente proposta é o desdobramento de resultados obtidos na Embrapa Semiárido que indicam tolerância de híbridos interespecíficos entre Psidium guajava x P. guineense para efetivo controle dos danos causados por essa espécie de nematóide.

O objetivo principal do projeto é o desenvolvimento e avaliação de híbridos com essas características para controle da praga em áreas comerciais de goiabeira, bem como a realização de estudos genéticos e mapeamento da fonte de resistência em populações da planta. Essa pesquisa, com financiamento do CNPq e Embrapa, terá como principal resultado o desenvolvimento de híbrido de Psidium com resistência ao nematóide e boa compatibilidade, quando usado como porta-enxerto de variedades comerciais de goiabeira, em áreas de avaliação junto a produtores da fruta.