Durante o processo de produção dos vinhos gera-se uma grande quantidade de resíduos, que são geralmente utilizados como adubo orgânico ou destinados para ração animal. Contudo, nos últimos anos, estes resíduos têm sido considerados uma fonte barata e rica de compostos fenólicos valiosos com reconhecidos benefícios à saúde. Nesse sentido, a extração dos compostos fenólicos do bagaço da uva vem sendo proposta como uma alternativa de obtenção de ingredientes/produtos ricos em compostos bioativos e com alto valor agregado. No entanto, após a extração dos compostos fenólicos, um grande volume de resíduos sólidos continua sendo gerado, o que ainda representa um problema econômico e ambiental. Estes resíduos contêm uma grande quantidade de fibras alimentares, o que sugere que sua exploração de forma integral pode resultar em potenciais ingredientes para a formulação de diversos tipos de alimentos. Além do bagaço de uva, as sementes também são resíduos com potencial de aproveitamento, tanto em função de seu óleo, rico em ácidos graxos insaturados, como do seu conteúdo de fibras. Dessa forma, levando-se em conta o atual crescimento do setor da vitivinicultura no Semiárido brasileiro, bem como o potencial de aproveitamento dos resíduos gerados no processamento do vinho, este projeto visa o desenvolvimento de ingredientes ricos em fibras e/ou compostos fenólicos a partir dos resíduos da indústria vitivinícola da região, bem como à aplicação destes ingredientes na formulação de alimentos e a avaliação da aceitação sensorial pelos consumidores. Espera-se que os resultados obtidos ao final do projeto apresentem impacto econômico e ambiental positivo na cadeia produtiva de vinhos, transformando seus resíduos em coprodutos com maior valor agregado e evitando seu descarte de forma inapropriada.